Imagem ilustrativa da imagem Solidariedade escrita a giz
| Foto: Fotos: Marcos Zanutto
Ação solidária beneficiará internos do Lar Padre Leone
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João Vieira Bueno espera ganhar um relógio de pulso
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Nair da Silveira: "Eu pedi um perfume que usei quando me casei"


Ibiporã - Os pedidos são simples, mas a causa é nobre. Tão nobre que o Natal de dezenas de idosos que vivem no Lar Padre Leone, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), será preenchido de mais solidariedade e amor. Tudo isso por meio de um quadro negro e giz, objetos que foram utilizados por um grupo de amigos para lançar uma campanha nas redes sociais com o intuito de arrecadar presentes para os moradores do asilo.

Cada um dos 87 idosos do lar foi fotografado segurando um quadro, em que escrevia o nome e o que gostaria de ganhar no Natal. As imagens foram postadas nas redes sociais, e o resultado foi surpreendente: todos acabaram adotados em menos de cinco horas. A repercussão foi tão grande que pessoas de outras cidades e até mesmo do estrangeiro, como Estados Unidos e Japão, procuraram o grupo de amigos para ajudar na campanha, que recebeu o nome de "Adote um sorriso".

"Eu vi uma postagem no Facebook de um asilo de Sorocaba (SP), em que os idosos pediam o que gostariam de ganhar no Natal escrevendo em um quadro. Então compartilhei na minha página e perguntei quem toparia. Alguns amigos se dispuseram a ajudar e foram até o asilo para intermediar tudo. Fizemos as fotos, postamos e de repente ganhou uma repercussão que nem imaginávamos", relata a vendedora Miriam Betiatte, uma das organizadoras da campanha.

O que mais chamou atenção do grupo durante a sessão de fotos foi a simplicidade dos idosos, que pediram chinelo, rádio de pilha, camisa, blusa, calça jeans, perfume e até uma camiseta do Palmeiras. "Para nós são coisas supérfluas ou que até mesmo descartamos. Isso mostra o quanto é fácil doar um pouco do que temos, seja tempo ou dinheiro, para esses idosos", afirma o dentista Bruno Nogueira, que também faz parte do grupo de amigos formado por oito pessoas.

MEMÓRIA AFETIVA
No Lar Padre Leone há dez anos, Nair Fagundes dos Santos da Silveira, de 67 anos, aprovou a campanha e pediu de presente um perfume, por causa da lembrança que traz. "Eu pedi um perfume que usei quando me casei. Se vier será um grande presente de Natal. Mas acho que faz tanto tempo que nem existe mais, foi no século passado", brinca.

Fã de relógios, João Vieira Bueno de 73 anos, pediu um de pulso para substituir o que usa hoje. Entusiasmado para saber quando será a entrega, ele já está planejando a devolução do atual, que recebeu de uma das irmãs do asilo. "Não posso dar para outra pessoa, senão ela pode ficar sentida", preocupa-se.
Já Ozana da Silva, 70 anos, vive a ansiedade de receber o presente, que para ela será de muita utilidade. "Adoro ouvir rádio. Escutava muito quando era mais nova, então espero receber um. Estou ansiosa para ver se o Papai Noel vai trazer, porque ele não esquece de ninguém".