Em alguns cruzamentos semaforizados de Londrina, onde vias muito movimentadas se encontram com outras de menor tráfego, os motoristas têm que ter muita paciência enquanto aguardam o sinal verde. A prioridade no tempo do semáforo é sempre para as ruas de maior fluxo e quem transita pelas ruas secundárias tem pouco tempo para avançar até que o sinal feche novamente. Para tentar reduzir o tempo de espera, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) começou a instalar, em 2015, semáforos inteligentes em seis cruzamentos. Ao detectar a presença de veículos, sensores fazem o sinal ficar verde antes do tempo programado. A medida, no entanto, passou despercebida por grande parte do condutores e agora a companhia de trânsito reforçou a sinalização nesses pontos para que os motoristas notem a presença desses dispositivos.

Nesta semana, três dos seis cruzamentos que contam com o sensor ganharam placas alertando sobre a presença dos semáforos inteligentes, além de uma faixa azul, pintada pouco antes da faixa de pedestres. As placas orientam os motoristas sobre como proceder para que o equipamento funcione. Eles devem parar na faixa azul para ativar o dispositivo, que acelera a abertura do semáforo. Quando não há movimento nas vias secundárias, o semáforo permanece aberto para as ruas de grande fluxo evitando, assim, os congestionamentos.

Ao detectar a presença de veículos, sensores fazem o sinal ficar verde antes do tempo programado
Ao detectar a presença de veículos, sensores fazem o sinal ficar verde antes do tempo programado | Foto: Saulo Ohara



A sinalização já foi reforçada nos cruzamentos da avenida Duque de Caxias com a rua Henrique Dias, na vila Fujita (Centro), na rua Ernani Lacerda de Athayde com a rua Eurico Hummig, na Gleba Palhano (zona sul), e na rua Humaitá com a rua Ana Moreno de Melo Menezes, no Jardim Maringá (Centro). Se o clima ajudar, na semana que vem a CMTU pretende melhorar a sinalização nos outros três cruzamentos onde há semáforos inteligentes: na rua Maranhão com as avenidas Leste-Oeste e Jorge Casoni (Centro), na avenida Faria Lima com a rua Joaquim Nabuco, no jardim Presidente (zona oeste), e na avenida Maringá com a rua Oakland, no jardim Quebec (zona oeste).

O diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, orienta os motoristas a pararem bem ao lado da placa para que o sensor funcione corretamente. "A placa está bem ao lado de onde está o lastro que aciona todo o mecanismo do semáforo." Em determinados pontos, ressaltou Pacheco, após ser acionado, o dispositivo deve completar todo o ciclo para só então interromper o tráfego na via de maior fluxo. "É como acontece com a botoeira de pedestres, tem gente que aciona e acha que não está funcionando porque o sinal não fecha imediatamente, mas é preciso esperar completar o ciclo", explicou.

A CMTU estuda a instalação de outros cinco semáforos inteligentes, mas os cruzamentos ainda não estão definidos.

'Passo sempre por aqui e não sabia que tinha o sensor'

A reportagem esteve nesta quinta-feira (18) nos três pontos onde a sinalização foi reforçada e observou que mesmo com a placa e a faixa azul ainda há muitos motoristas que não percebem a presença do sensor do semáforo inteligente. Outros não entendem se o veículo deve ficar antes ou depois da faixa para que o dispositivo funcione. No cruzamento das ruas Ana Moreno de Melo Menezes com a rua Humaitá, Rosângela Tesche perguntou à equipe da FOLHA o que era o dispositivo. Ao ser informada, tentou algumas vezes fazer o semáforo trabalhar a seu favor, inclusive dando marcha à ré no veículo, mas quando finalmente o sinal abriu, ela não teve tempo de passar antes que voltasse a ficar vermelho. "Acho que é uma boa ideia. Acho inteligente ter esse tipo de semáforo aqui", avaliou.

O aposentado Sérgio Sasdelli também aprovou o equipamento no cruzamento da avenida Duque de Caxias com a rua Henrique Dias. "É ótimo porque era bem demorado para abrir esse sinal. Passo sempre por aqui e não sabia que tinha o sensor. Facilita muito para a gente", opinou. "Esse semáforo sempre demorava mil dias para abrir", comentou outra motorista.

Na Gleba Palhano, porém, mesmo com o sensor a espera dos motoristas ainda é longa. O sensor foi instalado nos dois lados da pista da rua Eurico Hummig. Tanto para quem desce em direção à rua Bento Munhoz da Rocha Neto quanto para quem sobe em direção à avenida Madre Leonia Milito. Como nos dois sentidos é permitida a conversão na rua Ernani Lacerda de Athayde, o tempo de abertura dos semáforos deve ser diferente. "É um cruzamento bem movimentado, principalmente no começo da manhã e no final do dia, mas nem tinha percebido que havia esse semáforo aqui. Não sei se vai melhorar, mas a CMTU precisa fazer outras coisas para resolver o trânsito daqui da região, como por exemplo colocar uma faixa de pedestre em frente a saída do supermercado no Aurora Shopping", cobrou a comerciante Eliane Santos.