Universidade Aberta, na zona norte, foi alvo de seis arrombamentos em um ano
Universidade Aberta, na zona norte, foi alvo de seis arrombamentos em um ano | Foto: Fotos: Gina Mardones



O fim do contrato entre a Prefeitura de Londrina e a empresa de monitoramento responsável pela segurança de prédios públicos vencerá em maio e não poderá mais ser renovado porque já atingiu o limite de prorrogações de contrato, o que pode deixar a vigilância desses locais desguarnecida. A empresa é a responsável pelo monitoramento de escolas e unidades de saúde, entre outros locais. Atualmente ela compartilha com a Guarda Municipal a responsabilidade de cuidar do patrimônio público municipal.

A atual administração não abriu processo licitatório para contratar outra empresa de monitoramento. O secretário municipal de Saúde , Carlos Felippe Marcondes Machado, admitiu a possibilidade de atraso para que seja anunciado um novo vencedor da licitação, que pode ultrapassar dois meses após o término do contrato com a atual empresa. Com isso há o risco dos locais que hoje possuem essa vigilância ficarem sem a proteção, inclusive do ponto de vista de ressarcimento quando há um furto ou assalto. Atualmente o contrato prevê que ocorrências de furto ou assalto devem ser ressarcidas pela seguradora contratada pela empresa.

Exemplos de espaços que foram arrombados e houve reembolso para o conserto dos estragos são o Centro Poliesportivo Maria Cecília e a Universidade Aberta do Brasil, que ficam lado a lado, no Conjunto Maria Cecília (zona norte). Em meados de março, o local teve a janela e portas arrombadas e foram furtados um computador, ferramentas e uma motocicleta. O coordenador administrativo do Centro Poliesportivo, Eduardo Abrahão, relata que todo o conserto e perdas em função da ocorrência foram ressarcidos pela seguradora.

A coordenadora do polo presencial da UAB, Valéria Duarte, explica que desde abril de 2016, quando foi implantando, a unidade foi alvo de seis arrombamentos. "A maioria foi só vandalismo, mas o nosso medo são as repetições dessas invasões, porque uma hora esses bandidos terão sucesso. São cerca de 20 computadores conectados a fibra ótica, que hoje estão presos por cabos de aço para evitar que os ladrões levem o material", revela.

EFETIVO
A violência atinge também os servidores de unidades de saúde. A mais recente ocorrência aconteceu na terça-feira, na Unidade Básica de Saúde do Conjunto Milton Gavetti (zona norte), em que uma enfermeira foi assaltada no fim do expediente. Os ladrões abordaram um grupo de servidores, impediram a saída da enfermeira do local com o carro e apontaram uma arma para sua cabeça quando ela já estava dentro do veículo.

O secretário de Saúde explicou que o caso no Milton Gavetti não é isolado no contexto da cidade. "Vem por conta do problema de segurança pública em que a responsabilidade maior é do Estado. A cidade inteira enfrenta isso. Essa servidora poderia ter sido atacada saindo de casa. Nós tentamos garantir o máximo de segurança dos servidores e tentamos manter a condição física preservada", observa.

Segundo Machado, foi o que aconteceu quando houve o episódio dos tiroteios próximos da UBS Novo Amparo (zona norte), em que a secretaria transferiu os servidores para uma outra unidade para evitar riscos do conflito entre dois grupos criminosos rivais até que a situação normalizasse. Machado afirmou que muitos servidores de unidades de saúde se queixam da sensação de insegurança que sentem, mais do que casos em que assaltos ou furtos consumados. "Isso acontece principalmente em bairros que possuem um contexto mais violento. No (Jardim) União da Vitória, por exemplo, a prefeitura disponibiliza carros para buscar os servidores no fim do expediente. Entendendo que é nosso papel fazer esse translado", destacou. O serviço já existia na administração passada.

O secretário relata que já pediu a permanência de mais guardas municipais fixos nas unidades de saúde, mas tem ciência de que não há efetivo suficiente. A Guarda Municipal possui 356 agentes que se revezam em turnos com 60 agentes na parte operacional. Considerando o número de próprios públicos do município, que giram em torno de 300 localidades, o inspetor da GM, Eliel Costa, afirma que há a necessidade de 1,2 mil a 1,3 mil agentes para atender a demanda, mas não há previsão de contratação a curto prazo.

Defesa Social elabora projeto
O secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, destaca que está em curso a elaboração de um projeto para a instalação em todos os prédios públicos municipais de mil câmeras, botões de pânico e sensores de presença, equipamentos que seriam integrados com centrais de controle monitoradas pela Guarda Municipal. Ele garante que isso eliminaria a necessidade da contratação de uma empresa de monitoramento privada. O secretário não soube dizer o custo desse projeto e nem quando esse projeto poderia entrar em vigor. Ele destacou que em princípio cada secretaria arcaria com os custos de compra de equipamentos e instalação e elas seriam realizadas progressivamente por meio de conjuntos de peças prontos. "Cada escola vai dizer se vai querer esse kit. Comprando aos poucos, conforme os anos forem passando a cobertura pode aumentar", apontou.

Sobre a contratação de uma empresa participar de vigilância, o secretário explicou que a sua equipe está elaborando o novo termo de referência para o edital de licitação, e que deve ficar pronto na próxima semana. (V.O.)