Terreno que abrigava unidade da Vila Fraternidade se transformou em lixão
Terreno que abrigava unidade da Vila Fraternidade se transformou em lixão | Foto: Fotos: Marcos Zanuto



Para os moradores de bairros de Londrina que ainda não possuem unidades básicas de saúde, o prefeito Marcelo Belinati lançou um balde de água fria. Ele afirmou que o deficit da prefeitura, avaliado por ele em R$ 100 milhões, não permite que se ergam mais UBS. Segundo ele, a prioridade será a reforma dos espaços existentes.

A notícia chegou aos moradores da Vila Fraternidade (zona leste), que tiveram a sua UBS demolida em 2013 com a promessa de que seria reconstruída um ano depois. Até hoje ela não foi edificada. O terreno onde ficava a unidade se tornou um lixão. No local é possível ver lixo doméstico, sacos plásticos, restos de eletrônicos, entre outros. Também há marcas de pequenos incêndios.

Policlínica funciona no prédio onde estava instalado o PAM
Policlínica funciona no prédio onde estava instalado o PAM



A auxiliar operacional, Yoko Iwazaki, moradora do bairro, relata que o local é frequentado por consumidores de entorpecentes e moradores em situação de rua. Outro morador do bairro, Raimundo Correia, declara que a população queima o lixo no local e a fumaça invade o bairro. Ele reclama que a UBS da Vila Ricardo fica a 15 minutos de caminhada.
Segundo Belinati, a construção da UBS da Vila Fraternidade tem um diferencial, que é uma contrapartida muito alta para executá-la. "Só a prefeitura teria que investir R$ 400 mil, mas neste momento vivemos um deficit financeiro. Vamos ter que avaliar o momento adequado para que a UBS possa retornar. Já conversamos com a população da região", declarou.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Eliel Joaquim dos Santos, pediu um relatório sobre as futuras obras das UBS da Vila Fraternidade e do Ernani Moura Lima. Como ele ainda não recebeu o documento, não quis comentar sobre o assunto. Ressaltou apenas que resolvendo a questão da atenção primária, o atendimento nas unidades de serviços secundário e terciário será solucionado. "Uma das metas é voltar a ter as UBS como porta de entrada de nossos usuários e resolver um problema crônico das pessoas que procuram hospitais de atendimento secundário e terciários. As Unidades de Pronto Atendimento foram criadas para média complexidade e trauma, mas recebem pacientes primários porque as UBS não possuem médicos para realizar esse atendimento", destacou. Ele acredita que a atual administração possa ter esse entendimento e resolva a situação com a contratação de médicos.

Sobre a situação da estrutura do Pronto Atendimento Infantil, da Policlínica (que ocupa prédio onde antes funcionava o PAM) e da Maternidade Municipal Lucilla Balalai, Santos ressaltou que a estrutura não está adequada. Belinati concorda, mas repetiu que faltam recursos. "Estão completamente abandonados, caindo aos pedaços como tantas outras estruturas públicas da cidade de Londrina. Temos que buscar alternativas de recursos para fazer essas obras que são emergenciais, mas não temos condição de fazer. Nossa equipe técnica está estudando de que maneira podemos amenizar os problemas até conseguir uma solução definitiva. Mas passo a passo vamos melhorar a estrutura da saúde da população", disse Belinati.

Koury tem conhecimento que muitas unidades básicas de saúde apresentam problemas. "Precisamos viabilizar recursos para essas reformas. Temos recebido pedidos para construir novas unidades, mas a prioridade é restaurar as que já existem. Não temos condição neste ano de construir e deixar abandonadas as demais que já funcionam", declarou o secretário. A prefeitura pretende realizar um levantamento das unidades básicas para verificar quais têm necessitam mais rapidamente de reforma.