Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, no município são cerca de sete mil terrenos vazios, o equivalente a dois milhões de metros quadrados
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, no município são cerca de sete mil terrenos vazios, o equivalente a dois milhões de metros quadrados | Foto: Divulgação/PMC



Cambé – O mato alto é um problema enfrentado em vários municípios. Em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente estima que são cerca de quatro milhões de metros quadrados de áreas com mato. E somente nos primeiros 40 dias do ano, a Ouvidoria Municipal registrou 110 queixas sobre o mato alto. As reclamações mais recorrentes são relativos aos diversos riscos da situação, como a proliferação do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti), insetos, ratos, animais peçonhentos, prejuízo à visibilidade nos cruzamentos, além de ser um problema para a segurança dos bairros.
A prefeitura iniciou o processo para contratar em caráter de emergência de uma empresa para realizar os serviços de roçagem tanto das áreas públicas quanto de terrenos vazios particulares. A Secretaria de Administração publicou no dia 17 de fevereiro o aviso de cotação de preço e as empresas interessadas devem protocolar suas propostas na prefeitura no dia 23. O termo de referência prevê a roçagem de até 2 milhões de metros quadrados por mês pela empresa com prazo máximo de 180 dias de contrato.
Segundo informações do município, o serviço de roçagem está prejudicado desde 2015, quando a Justiça embargou um processo licitatório devido a um disputa entre duas empresas concorrentes. Desde então, a roçagem é executada por equipes da prefeitura.
"A estrutura nossa não consegue atender a demanda da cidade, principalmente nesta época do ano em que o mato cresce muito. Levamos cerca de quatro meses para roçar todas as áreas públicas de Cambé. Nossa capacidade é insuficiente, já que no verão cada espaço deveria ser roçado uma vez a cada 40 dias", explica o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, José Roberto Mattos do Amaral.
"Com uma empresa contratada atuando com a nossa estrutura, conseguiremos por em dia a roçagem das áreas públicas e também dos terrenos particulares", garante o secretário. De acordo com dados da secretaria, Cambé possui cerca de sete mil terrenos vazios, o equivalente a dois milhões de metros quadrados. Os proprietários de terrenos com mato alto serão notificados, multados e obrigados a pagar ao município os custos da roçagem na sua propriedade.

CONSCIENTIZAÇÃO
A moradora da área central, Franciele Garcia, conta que ela e uma vizinha já pagaram para fazer roçagem em um lote vizinho, que está vazio. "Não é nossa responsabilidade, mas o problema acaba sendo nosso. Por causa do abandono e do mato alto, na minha casa já apareceu uma cobra, escorpiões e muito pernilongo", afirma . A moradora também se queixa da insegurança. "Estou pensando em até aumentar o muro da minha casa, por que o mato alto elevou o nível do terreno do lado", declara.
O problema se repete em vários bairros. De acordo com o presidente da Associação dos Moradores do Jardins Ana Eliza 2, 3 e Rian, Jorge Augusto Teodoro, há vários relatos de insetos e animais invadindo as residências. Para ele, o problema se agrava com a falta de cuidado da própria população. "O mato alto também é um problema de conscientização: os donos dos terrenos não fazem a manutenção e a população ainda descarta lixo nesses espaços", observa. "É preciso ter consciência que isso gera transtornos para toda a comunidade. Além do problema de saúde, da proliferação do mosquito transmissor da dengue, existe o problema da segurança, já que esses terrenos muitas vezes são utilizados como esconderijo para assaltantes", acrescenta.