Evento segue até domingo e as atividades são realizadas em vários locais
Evento segue até domingo e as atividades são realizadas em vários locais | Foto: Marcos Zanutto



Até domingo (23), Londrina é a capital da capoeira. Acolhendo praticantes de todas as partes do Brasil e do mundo, a cidade sedia, desde quinta-feira, o 7º Mundial de Capoeira Maculelê. São 17 países representados, entre eles Estados Unidos, França, Argentina, Colômbia e África. Mais de 600 atletas, de todas as idades, estão reunidos em terra vermelha.



Além das competições nas categorias infantil, juvenil e iniciantes, também acontecerão cursos, oficinas e shows culturais. O ponto alto da programação será o batizado de crianças carentes que participam de projeto social da Associação Cultural de Capoeira Maculelê, organizadora do mundial. No sábado (22), uma roda de rua irá acontecer no Calçadão de Londrina, envolvendo toda a comunidade. O evento visa promover o intercâmbio de atletas, disseminando a prática esportiva e incentivando a inclusão.

"A capoeira hoje foi para o mundo e está recebendo um reconhecimento fantástico. Trouxemos esse mundial para Londrina para que possamos sempre manter a capoeira viva na cidade, que possui muitos talentos", destaca Francisco Antônio Rodrigues da Silva, o meste "Fran", fundador e presidente da associação e um dos maiores propagadores da capoeira em território brasileiro e estrangeiro.

Para o colombiano Daniel Brito, 24, o mundial é uma oportunidade de estar mais próximo da essência desta expressão, que é enraigada na história do Brasil. "Estamos nos preparando há bastante tempo. Será muito bom, pois estamos na fonte da capoeira e precisamos beber a água da fonte. Por isso, é importante estar aqui", resume. "Este encontro entre os países nos torna uma família", completa Oscar Vellez, 28, também natural de Cali, na Colômbia.

O evento está servindo como laboratório para os capoeiristas estrangeiros. Eles interagem com a cultura e os fundamentos que envolvem a capoeira, para poder reproduzi-la em suas terras de origem. "É difícil achar referências de capoeira na Argentina. No mundial, viemos aprender e levar para lá a arte do Brasil. Isso também nos coloca em mais profundidade na cultura deste País", acredita Federico Uzin, 34. Neste aprendizado, algumas dificuldades ainda são encontradas. "Eu, que sou de Buenos Aires, ainda sofro um pouco para falar e cantar em português", reconhece

PARA O CORPO E A MENTE
Envolvida com a capoeira há 17 anos, a caribenha Jarmary Torres, 38, dá aulas da arte em sua terra natal, Porto Rico. Presente no mundial, ela ressalta os benefícios que a prática trouxe para sua vida. "A capoeira me ajuda a trabalhar a mente, o espírito e a parte emocional. Para ser bom professor, necessita primeiro ser um bom aluno. Ter disciplina, humildade e sempre estar sempre aberto para ser uma pessoa melhor são os segredos para praticar bem a capoeira e que me levam a isso."

De volta a Londrina depois ter participado de outro evento, David Paredes, 30, contou sobre o que mais está gostando neste reencontro com o povo londrinense. "Estou muito feliz de estar aqui representando minha cidade e meu país. As pessoas estão me acolhendo muito bem. Também posso dizer que estava com saudade da comida daqui", brinca ele, que é colombiano.

O Mundial de Capoeira Maculelê começou em 2004 e acontece a cada dois anos. Alguns países já foram sede em edições passadas, como Atlanta e Nova Orleans, nos Estados Unidos. Está é a quarta vez que Londrina recebe o evento. Em 2019, Atlanta receberá novamente os capoeiristas.

SERVIÇO
Confira programação do 7º Mundial de Capoeira Maculelê no Facebook: Mundial Maculelê 2017