Brasília - Uma pessoa é considerada hipocondríaca quando acha que tem um problema de saúde grave, procura atendimento médico, mas é detectado que não há nenhuma doença. De acordo com o psiquiatra Álcio Braz, a doença é tratada como um distúrbio psíquico caracterizado também pela procura de diversos especialistas e a não detecção de doenças no organismo. "Muitas vezes, o paciente já consultou outros médicos e realizou exames, mas não teve nenhum diagnóstico definido. Ele é encaminhado ao psiquiatra, o que deixa a pessoa nervosa por achar que não é levada a sério", explica.
Normalmente associada a sintomas depressivos, os hipocondríacos nem sempre são pessoas viciadas em remédios e automedicação. O médico explica que a doença é caracterizada também quando o paciente é sugestionado. "A pessoa descobre ter um caso de câncer na família e a partir daí qualquer sintoma que ela tenha, por exemplo, emagrecimento, ela já acha que também está com câncer."
Existem também casos em que os pacientes não aceitam tratamento medicamentoso, por acharem que determinado remédio poderá fazer mal à sua saúde e piorar a sua enfermidade.
O tratamento básico para a hipocondria é a psicoterapia. Segundo Braz, além do tratamento farmacológico, é necessário que a pessoa entenda que é possível reconhecer e separar seus problemas e dificuldades do que realmente é uma doença que está afetando-a fisicamente. Ele explica que em casos em que a hipocondria é associada à depressão, também são utilizados antidepressivos ou remédios para ansiedade.
Como em todos os problemas que envolvem a parte psicológica do ser humano, as atividades físicas são importantes para o sucesso do tratamento. "Mudanças de hábitos alimentares, disciplina de horários para comer, para fazer exercícios, para lazer e para dormir são atitudes que podem fazer diferença", afirma o médico.