Ponta Grossa - Um projeto desenvolvido pela equipe multidisciplinar da Defensoria Pública do Paraná em Ponta Grossa (Campos Gerais) tem renovado a esperança de um grupo de detentas da Cadeia Pública Hildebrando de Souza em retomar o contato com seus familiares. Através da confecção de cartas, vídeos, fotografias e mensagens de voz, assistentes sociais e psicólogas estão ajudando cerca de 60 mulheres a resgatarem os laços afetivos. Há casos de presas que não veem os parentes próximos há anos.

A aposta do projeto "O cárcere e a saudade: Resgate de vínculos entre mulheres em situação de cárcere e seus familiares" é trazer aos poucos os familiares para dentro dos espaços de convivência da Cadeia Pública, começando por um contato prévio através das tecnologias modernas de comunicação ou mesmo por meio de uma simples carta. Tudo com o apoio e o acompanhamento das autoridades penitenciárias.

"Muitas mulheres têm os vínculos familiares rompidos a partir do momento em que passam a ficar reclusas, não recebendo visitas e nenhuma outra forma de contato. Esse fato as fragiliza emocionalmente, o que aumenta os conflitos entre as detentas, por exemplo, entre outros problemas", afirma a assistente social Ana Letícia de França. Além dela, estão à frente do projeto as assistentes sociais Evelyn Matioski e Maria Stella Orlandini, além da psicóloga Patrícia Olbermann Duda.

A primeira etapa do projeto foi realizar um levantamento sobre a situação de cada encarcerada. No final de julho, começou a fase de atendimento. No começo foram atendidas 20 mulheres, priorizando aquelas que não recebiam visitas e que estavam há mais tempo reclusas. No momento, a equipe está contatando as famílias, para levar a elas as mensagens das detentas e coletar cartas, vídeos e fotografias que serão endereçados à Cadeia Pública. Depois de concluída esta etapa, o trabalho será estendido a outras 20 mulheres, e assim por diante.