"Vamos buscar junto ao poder público todas as possibilidades de trabalhar em parceria", afirma Carlos Scalassara
"Vamos buscar junto ao poder público todas as possibilidades de trabalhar em parceria", afirma Carlos Scalassara | Foto: Gina Mardones



Uma das medidas já definidas em assembleia pelos membros da Associação do Recanto Fazenda Nata (ARFN) para aumentar a segurança na localidade é a instalação de sirenes nas propriedades rurais para serem acionadas pelos moradores em caso de emergência para intimidar os marginais e alertar a vizinhança. "Estamos buscando atitudes individuais e coletivas, como o Vizinho Solidário. Também criamos um grupo no Whatsapp exclusivo para questões de segurança", destacou a bióloga aposentada Janete Teixeira Costa, que também tem uma chácara na Fazenda Nata, na zona leste de Londrina. "O poder público não está dando conta. Essas iniciativas de agrupar as pessoas são muito positivas."

"Estamos fazendo as ações pela segurança da região e colocamos como fundamental a solidariedade entre os chacareiros. A segurança de cada um depende da segurança de todos. Trabalhamos em rede", disse o presidente da ARFN, o advogado Carlos Roberto Scalassara. "Vamos buscar junto ao poder público todas as possibilidades de trabalhar em parceria. Os órgãos de segurança têm dificuldades, mas eles têm o dever de oferecer segurança", cobrou.
Outra proposta em análise, segundo Scalassara, é a construção de um módulo policial na região. "Os chacareiros arcariam com os custos de construção do módulo para atender toda a região do Vale do Tibagi, não só os moradores da Fazenda Nata", explicou.

Além das medidas para reprimir os casos de violência, Scalassara destacou que a comunidade está empenhada em realizar outras ações não necessariamente ligadas à questão da segurança, mas que a longo prazo teriam o efeito de coibir a criminalidade. "Os moradores estão colaborando para melhorar o ajardinamento da entrada da Fazenda Nata e já conseguimos acabar com o lixo que estava se acumulando aqui. Acreditamos que um local bonito e bem cuidado, por si só, já contribui para desestimular a violência."

Patrulha Rural da PM e da GM atuam em conjunto

Coordenador da Patrulha Rural da Polícia Militar, o capitão Marcos Tordoro ressaltou a importância de a população registrar todas as ocorrência para que a corporação possa desenvolver ações específicas para cada localidade e ajustar o policiamento nas regiões com mais problemas. "Temos a Patrulha Rural, são várias equipes que trabalham em todos os distritos e atendem as ocorrências. Fazemos rondas diuturnamente, passamos pela região da Fazenda da Nata. Atuamos em conjunto com a Guarda Municipal", explicou. Quando questionado sobre o aumento dos casos de violência na área rural na zona leste de Londrina, no entanto, o capitão demonstrou desconhecer a localização da Fazenda Nata.

A assessoria de comunicação do 5º Batalhão da Polícia Militar informou que não tem dados das ocorrências registradas em cada localidade da zona rural de Londrina. Os dados são computados globalmente.

Segundo o secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, a Guarda Municipal de Londrina tem apenas uma viatura para patrulha rural e até pouco tempo o veículo estava fora de circulação por problemas mecânicos. "Agora que as viaturas voltaram a circular, mas elas só fazem ronda na zona rural se tiver alguma chamada pelo 153. A patrulha rural só faz ronda em locais onde tem prédio público", esclareceu. "Mas temos parceria com a Patrulha Rural da Polícia Militar e o atendimento é feito em conjunto."

Kuceki aprova a iniciativa dos moradores da Fazenda Nata e diz que o apoio da população ajuda na segurança e facilita o trabalho da Guarda Municipal. "Temos algumas dificuldades. Estamos fazendo o que é possível dentro do que temos. Por enquanto não temos como aumentar as viaturas e o efetivo." (S.S.)