Os programas de acolhimento familiar também preparam as crianças para uma melhor adaptação à nova família quando são adotados, principalmente nos casos de adoção tardia. "Uma criança mais velha que só teve experiências de abuso e negligência vai ter dificuldades para se acostumar. Se ela conhece a organização familiar em uma família acolhedora, porém, vai conseguir se adaptar com mais facilidade", avalia o juiz Sérgio Kreuz.

Nos abrigos, ele já teve contato com bebês de dois anos que não andavam ou falavam por falta de estimulação. "Na família acolhedora, essa criança será estimulada. O programa também evita que fiquem rodando entre as instituições. Não tem nada melhor que a família para educar", pondera.

O promotor de Justiça Luciano Machado de Souza destaca que as crianças acolhidas por famílias acabam convivendo em comunidade, seja no bairro, na escola ou na igreja, o que é difícil de ocorrer em instituições justamente porque não há atendimento individualizado. "A criança precisa de afeto, contato e estimulação logo na primeira infância", diz. (C.A.)