Guarapuava - A criação do primeiro grupo feminino de polícia do Brasil. Foi essa a temática que motivou a professora do Departamento de História da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), Rosemeri Moreira, durante o doutorado. A tese virou livro – "Sobre Mulheres e polícias: Polícia Feminina no Brasil – A invenção paulista (1955-1964)" -, lançado no dia 4 de agosto, durante o 13º Mundos de Mulheres & Fazendo Gênero, realizado na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

A relação da pesquisadora com a temática é anterior, do período de desenvolvimento da dissertação. "Para o mestrado eu fiz a pesquisa sobre a política de entrada das mulheres na Polícia do Paraná, em 1977; no doutorado é outro recorte temporal, mas é o mesmo foco", observa. O livro traz, em quatro capítulos, uma análise sobre a presença de mulheres no efetivo da Polícia Militar de São Paulo. "Inicialmente, a ideia era trabalhar desde 1955, quando é criado, até 1985, que é o fim da Ditadura Militar", relata. "Mas, o livro teria mais um capítulo para falar a partir de 1964 o que muda na configuração das polícias no Brasil, porque é um texto sobre a entrada das mulheres na polícia, mas é um texto também sobre a história do Brasil no período de 1955 e 1964 e sobre a história das polícias."

A atuação de mulheres na corporação foi forjada sob a prerrogativa de que seriam mais indicadas para atender certos tipos de ocorrência. "O trabalho delas ainda é muito voltado para a ideia desse maternal, não que elas fossem exatamente assim, mas a ideia de que ao entrarem na polícia estariam levando a sensibilidade, o amor e o carinho, que é um discurso político bem interessante e um uso do gênero bem específico."