Vanda Moraes, diretora de Patrimônio Histórico-Cultural da Secretaria de Cultura de Londrina, informou que na atual revisão do Plano Diretor do município, um dos projetos complementares diz respeito justamente à proposta de uma Lei de Preservação do Patrimônio.
Porém, o setor já trabalha dentro do espírito daquelas diretrizes propostas com metas a cumprir. ''A primeira e a mais importante para estruturar o trabalho é justamente o inventário. Nós já estamos fazendo o levantamento do patrimônio arquitetônico.''
Esse inventário vai nortear a política de preservação e tem pressa, justamente para evitar a destruição pela especulação imobiliária, o modismo de uso da madeira de demolição e a própria ação do tempo.
''Trata-se de um primeiro levantamento porque nós temos escolas de Arquitetura na cidade. Através de parcerias podemos atingir mais rapidamente esse universo. Temos ainda o patrimônio urbanístico, incluindo praças e seis monumentos'', diz Vanda, lembrando também do patrimônio artístico, com as obras do Museu de Arte e as que estão em praças públicas''.
A política ainda é precária. ''Não temos uma ação preventiva e nem cotidiana de conservação do patrimônio a não ser através de ações educativas'', diz a diretora. O trabalho que vem sendo feito é de educação patrimonial. ''Divulgamos o patrimônio sempre que possível, no sentido de que as pessoas assimilem que esse acervo não é da Prefeitura, é da cidade'', afirma.
Sobre a questão da capela abandonada na Fazenda Bulle, Vanda diz que é preciso verificar se ela está mesmo no perímetro do município, apesar de achar que essa questão não é básica. ''Nós vamos tentar trabalhar a questão do patrimônio dentro de uma perspectiva regional. Tudo é comum em todas essas cidades''.
Vanda cita os casos da restauração das capelas São Miguel Arcanjo, no Heimtal; a capela do Divino Espírito Santo, no Patrimônio Espírito Santo; a do Limoeiro e a da Selva. Duas tiveram propostas de revitalização através o Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic); outra foi recuperada com patrocínio da Sercomtel.
''No caso da Capela da Fazenda Bulle, como está em uma propriedade particular, é diferente destes casos que citei. Então necessita de um trabalho anterior que é a sensibilização do proprietário, a disposição dele em preservar. E a permissão para que nos deixem atuar. Um trabalho muito mais teórico do que de exigência financeira neste momento'', argumenta Vanda.
Segundo ela, as coisas devem ser preservadas no lugar onde estão, beneficiando a comunidade em volta. ''O ideal é que a capela fique lá e seja usada''. (M.G.)