A prova é unificada para os alunos de cada ano e o método de avaliação utiliza questões objetivas e abertas, além de produção de textos
A prova é unificada para os alunos de cada ano e o método de avaliação utiliza questões objetivas e abertas, além de produção de textos | Foto: Fabio Alcover



Os cerca de 28 mil alunos das 86 escolas municipais de Londrina foram submetidos nesta quarta (19) e quinta-feira (20) à avaliação sistêmica, realizada pela Secretaria Municipal de Educação. Alunos do 1º ao 5º ano fizeram provas de língua portuguesa e matemática e os resultados irão permitir monitorar o desempenho das crianças e o método pedagógico utilizado, elaborar um diagnóstico dos avanços e dificuldades enfrentadas por cada uma delas e fazer as intervenções necessárias para aprimorar o aprendizado. A avaliação acontece a cada seis meses desde que foi implantada, no segundo semestre de 2014, e está na quinta edição.
"A avaliação é muito positiva porque a Secretaria de Educação tem condição de identificar unidades que precisam de um apoio pedagógico maior. A formação continuada dos professores é formulada mediante as avaliações, assim como a elaboração de projetos pedagógicos. A avaliação também indica as escolas onde o aproveitamento é mais baixo para que sejam abertas turmas de contraturno escolar", explicou a gerente de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação, Viviane Perez.
A prova é unificada para os alunos de cada ano e o método de avaliação utiliza questões objetivas e abertas, além de produção de textos. Os resultados vão para um sistema desenvolvido pela Secretaria de Educação e podem ser acessados pelos funcionários da pasta, mas cada escola só pode visualizar os seus próprios dados. Viviane destacou que o objetivo da avaliação não é fazer um ranking das escolas. A partir dos resultados são elaborados gráficos que irão auxiliar os gestores a traçarem novas ações, organizarem o espaço de aprendizado e reorganizarem a metodologia de ensino. "É um instrumento de gestão municipal que nos permite fazer uma análise qualitativa", disse a gerente. Os dados referentes à avaliação deverão servir de base para que as escolas tracem o plano de ação de 2017.

EVOLUÇÃO
"A avaliação sistêmica foi muito útil para um projeto desenvolvido com alunos que apresentavam dificuldade de aprendizagem em língua portuguesa. Fizemos um trabalho diferenciado com as crianças. Delimitamos um prazo para que elas pudessem aprimorar a escrita e conseguimos atingir o objetivo antes de acabar o prazo", disse Daniele de Fátima Sanches Dias de Jesus, diretora da Escola Municipal Professora Maria Tereza Meleiro Amâncio, no Conjunto Santa Rita 6 (zona oeste). A partir desse trabalho, contou a diretora, houve uma evolução não só no desempenho das crianças, mas de todo o trabalho pedagógico. "Com o sistema a gente consegue avaliar onde há dificuldade de aprender e de ensinar", ressaltou a diretora.
"Estavam fáceis as provas. Consegui resolver todas as questões. Já fiz a avaliação em outros anos e sempre foi fácil", disse uma aluna do 5º ano da escola da zona oeste. Já para um colega de turma, as questões não foram assim tão fáceis, especialmente as de matemática. "Foi difícil. Tive dificuldade para resolver um problema que pedia para fazer a tabela de um campeonato de futebol", comentou o garoto, que afirma ter dificuldade com a disciplina.
Coordenador pedagógico de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação, Junior Cesar Dias de Jesus trabalhou no desenvolvimento do sistema utilizado pelo município para armazenar os dados obtidos nas avaliações sistêmicas. Uma das vantagens de contar com um diagnóstico específico de cada escola, aponta ele, é a possibilidade de realizar trabalhos pontuais com alunos de instituições inseridas em comunidades problemáticas que acabam afetando o desempenho da criança. "A gente tenta buscar formas de reduzir as diferenças entre os alunos das diferentes escolas e se não iguala à média dos outros alunos, ao menos conseguimos bons avanços."