O Planetário, projeto de extensão da UEL, foi inaugurado em junho de 2007
O Planetário, projeto de extensão da UEL, foi inaugurado em junho de 2007 | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro


Completando dez anos de existência em junho de 2017, o Planetário de Londrina abriu nesta semana reservas para sessões para deficientes visuais. O projeto "Astronomia no tato" busca aplicar o ensinamento da astronomia para visitantes com limitações, utilizando materiais acessíveis. Começou a ser desenvolvido em 2016 e faz parte das comemorações de aniversário do espaço, que está localizado na área central e é um projeto de extensão da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

A ideia de oferecer sessões inclusivas surgiu a partir de experiências no próprio Planetário, onde alguns alunos de escolas que visitaram o local tiveram dificuldade para acompanhar a sessão em razão da deficiência. "Como tínhamos pouco conhecimento e não existe nada tão específico, começamos fazendo algumas maquetes de forma manual, com as constelações, as fases da lua e a sua superfície", explicou a planetarista Sheyla dos Santos.

O projeto evoluiu quando Daniela Pimenta, que é estagiária no local, se disponibilizou a participar como colaboradora de uma comissão internacional de ensino de astronomia. "Eles passaram a nos oferecer materiais e estudamos a partir disso como criar ferramentas de ensino para qualquer deficiência. Porém, com as limitações que temos, focamos nos que possuem na visão. Nós adaptamos para a nossa realidade", explicou a estudante, que cursa física na UEL.

Equipe utiliza materiais como isopor, lã e madeira, além de semiesferas impressas em três dimensões
Equipe utiliza materiais como isopor, lã e madeira, além de semiesferas impressas em três dimensões



A sessão é projetada para videntes e não videntes e, durante a apresentação da história da constelação, aqueles que não enxergam podem acompanhar o que é mostrado na cúpula do Planetário através de semiesferas, que são impressas em três dimensões e também possuem algumas unidades que foram feitas com isopor, lã e madeira.

"Essa inclusão nos planetários pelo Brasil ainda está a passos lentos. É um primeiro contato nosso diretamente com este público e torcemos para que dê tudo certo", espera Santos. Alguns testes foram feitos antes de abrir as reservas de sessões, mas somente com pessoas que não têm deficiência, que tiveram os olhos vendados.

Diretor do Colégio Estadual Professor Heber Soares Vargas, no jardim San Fernando, na zona leste, Gilberto de Carvalho acredita que a iniciativa é necessária e importante para o aprendizado. A instituição, em que também leciona, possui uma aluna com deficiência visual. "Toda a atividade que faz com que aqueles que não enxergam possam desenvolver o tato é positiva. Isso é bom, pois traz essas pessoas para a vida social".

Além do projeto "Astronomia no tato", os funcionários do Planetário de Londrina buscam outros projetos que contemplem mais demandas dos visitantes, como uma sessão especial para surdos.

SERVIÇO - O Planetário de Londrina fica na rua Benjamin Constant, 800, centro de Londrina. Mais informações pelo fone (43) 3326-0567 ou no site www.uel.br/planetario .