O atendimento de pacientes que precisam passar por perícia médica na agência central do INSS em Londrina será realizado a partir da próxima segunda-feira no prédio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar). A questão foi definida na tarde de terça-feira, durante uma reunião entre representantes da agência do INSS e do Consórcio. Três salas para a realização das perícias médicas foram disponibilizadas, mas apenas duas serão necessárias. Há semanas o atendimento aos segurados vem sendo realizado de maneira improvisada. O prédio do INSS passa por reforma e o setor de perícias passou para o terceiro andar. Isso acabou forçando alguns segurados a subir escadas ou então serem atendidos na calçada do prédio.
Ontem, a equipe da Folha encontrou apenas uma paciente com artrose no joelho, que encontrou dificuldades para subir até o 3º andar. A auxiliar de enfermagem Elisiana Mendes Alves, 33 anos, que anda com auxílio de muletas, reclamou da dificuldade, mas saiu do prédio satisfeita com o laudo da perícia na mão. ''Seria mais fácil se fosse na sala aqui embaixo, mas consegui o benefício.''
As salas do Cismepar onde serão feitas as perícias ficam logo na entrada do prédio, que possui rampa, facilitando o acesso dos pacientes, muitas vezes transportados em macas e cadeira de rodas. ''São consultórios médicos que não estavam sendo utilizados e que estarão à disposição do INSS pelo tempo que for preciso'', afirmou Denise Grott Lobo, chefe do departamento e programação do Cismepar.
As perícias no Cismepar serão feitas duas vezes por semana, nas segundas e sextas-feiras. De acordo com a gerente executiva interina do INSS, Cristina Mello, serão atendidos cadeirantes, pacientes trasnportados em ambulâncias, operados e idosos. ''Só esse tipo de paciente vai para o Cismepar. Os demais continuarão sendo atendidos aqui'', informou. Em média, o INSS atende 150 pacientes por dia.
Sobre o atendimento realizado na calçada, Cristina disse que mesmo antes do início da reforma (quando o atendimento era feito no térreo), em muitos casos o médico ia até o paciente. ''São casos de pacientes que não podem se locomover e que muitas vezes são periciados dentro de ambulâncias ou dentro dos próprios carros. O atendimento feito na calçada era uma maneira de preservar o paciente e evitar que ele subisse as escadas.''
Cristina alega que não existe constrangimento para os pacientes porque eles já chegam com o diagnóstico médico os peritos apenas confirmam. ''A perícia não é consulta. O médico apenas verifica a situação do paciente para lançar o laudo.''
Ainda de acordo com a chefe interina, a transferência para o Cismepar vai dificultar ainda mais o atendimento. ''Os pacientes que vierem esta semana na agência terão a perícia remarcada para a semana que vem, para serem atendidas no Cismepar''. Outro problema alegado por Cristina é que os laudos periciais terão que ser feitos manualmente e só no dia seguinte repassados pelos próprios médicos para o sistema de informática do INSS, o que atrasaria ainda mais o processo.
As perícias dos pacientes são pré-agendadas e, segundo Cristina, o segurado não precisa ir até a agência para dar entrada do benefício. ''Qualquer pessoa da família pode fazer isso, basta que tenha uma autorização por escrito do paciente.'' A perícia é feita, no máximo, três ou quatro dias depois do agendamento.