Imagem ilustrativa da imagem Passarela começa a ser removida
| Foto: Celso Pacheco
DER contratou empresa para remover e fazer os reparos necessários na passarela; prazo é de 120 dias



A passarela sobre a Rodovia Carlos João Strass (zona norte de Londrina) começou a ser removida na quinta-feira (11), quase um ano após a estrutura ser interditada. Em 14 de agosto do ano passado, a passarela foi atingida por um caminhão e parte do piso caiu, impedindo o acesso de pedestres. Agora, o Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR) contratou uma empresa para remover e fazer os reparos necessários na passarela, que deve ser recolocada em até 120 dias. A obra vai custar R$ 473 mil.
A estrutura foi inaugurada em 2006, mas por falha no projeto, a altura ficou fora do padrão estabelecido pela norma de diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Com 4,7 metros, a passarela estava 30 centímetros abaixo da altura regulamentar, que é de 5 metros. Após a reforma, a altura será corrigida e haverá ainda uma margem de segurança, ficando com 5,3 metros.
Além da interdição da passarela, a passagem de veículos sob a passagem de pedestres também teve de ser bloqueada, o que gerou muitas reclamações de motoristas e acidentes. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) colocou manilhas de concreto para impedir o trânsito de veículos e, mais tarde, um quebra-molas também foi instalado. Ainda assim, os acidentes eram frequentes, segundo moradores da região.
"Só caminhonete eu vi duas que bateram e jogaram as manilhas longe. Desde que a passarela foi interditada, começaram a acontecer muitos acidentes. Depois que colocaram o quebra-molas melhorou, mas ainda assim acontecem acidentes", disse o motorista Ademir Alves Cardoso. "Essa passarela não caiu por Jesus porque o pessoal continuou usando mesmo após a interdição. Tanto para passar por cima quanto por baixo dela. E o desvio que fizeram não ficou bom. Às vezes eu mesmo me esquecia e, quando via, já estava bem perto das manilhas", contou o carpinteiro Genésio Rodrigues.
Para os pedestres, ver o caminhão guindaste trabalhando na remoção da passagem é um alívio. Os moradores dos jardins Belleville e Planalto e do Conjunto Sebastião de Mello César constantemente precisam atravessar de um lado a outro da rodovia porque escolas e alguns serviços ficam do lado oposto. O tráfego intenso de veículos nos dois lados da pista dificulta a travessia e, no caso das crianças, o risco de acidentes é ainda maior. "A passarela é muito necessária para os moradores daqui. Sem ela fica muito difícil", afirmou o aposentado Alfredo Negmar Rosa. "É preciso fazer alguma coisa com essa passarela. Do jeito que está não dá pra ficar porque o pessoal está subindo aí para usar droga", acrescentou o motorista Cristiano Carvalho.
Segundo o DER-PR, a demora no conserto ocorreu em razão da dificuldade de contratação de uma empresa para fazer a obra. O primeiro edital de licitação foi aberto em outubro, mas não houve interessados. Em janeiro, uma nova tentativa foi feita, também sem sucesso. O órgão de trânsito, então, enviou cartas-convite a quatro empresas, mas nenhuma delas tinha experiência nesse tipo de obra. Agora, finalmente, a contratação aconteceu.

AÇO COM TELA
A empresa Ecopontes, de Presidente Prudente (SP), foi contratada pelo DER-PR para fazer o serviço, orçado em R$ 473 mil. O engenheiro responsável pela obra, Anderson Alves, explicou que a estrutura de ferro e concreto de cerca de 60 toneladas será removida e os reparos serão feitos no próprio local, em um terreno vazio. O trabalho de remoção deve levar cerca de uma semana.
Depois disso, vem a etapa da reforma da passarela, que inclui a adaptação do pilar de sustentação, cuja altura vai aumentar de 4,7 metros para 5,3 metros, e a restauração da passagem. O concreto pré-moldado será substituído pelo steel deck, uma forma de aço com uma tela que será coberta com concreto, material mais moderno e resistente. "Como a passarela vai ficar mais alta, as rampas de acesso também deverão ser alongadas para que não fiquem tão íngremes", disse o engenheiro. Embora o prazo de término da obra previsto em contrato seja de 120 dias, ele estima que o serviço possa ser finalizado em 70 dias.
Enquanto os reparos na estrutura são feitos, a população espera que a liberação do trecho interditado da rodovia. O diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, disse ontem que iria até o local para fazer uma avaliação técnica, mas adiantou que o trânsito de veículos será liberado. Se não houver necessidade de sinalização complementar, a liberação será feita imediatamente após a remoção completa da passarela. Caso contrário, o tráfego de veículos será permitido após as intervenções.