Neyza Carolina Rodrigues Dutra não escondeu a emoção ao ouvir o grupo cantando
Neyza Carolina Rodrigues Dutra não escondeu a emoção ao ouvir o grupo cantando | Foto: Gustavo Carneiro


Para os estudantes da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina que participam do Sensibilizarte, a experiência de se doar para o bem-estar de outros é sempre um grande aprendizado. Gustavo Signorini está no terceiro ano de psicologia, conheceu o projeto já na recepção de calouros e achou interessante a forma de atuação. "Sempre tive vontade de ser voluntário, por isso me inscrevi", conta ele, que atua na frente de palhaços.

"Para mim é um desafio, pois o palhaço se expõe e sempre fui reservado", conta.
Entre os inúmeros aprendizados proporcionados pela experiência, ele destaca que um dos mais significativos é "aprender a errar". "A essência do palhaço é o erro, algo muito humano", acredita Gustavo, que começou a estagiar esse ano e já está aplicando os conceitos de humanização no trabalho. "Acredito que o projeto traz também crescimento profissional", diz.

No segundo ano de serviço social, Edna Costa de Oliveira participa da frente de música. "Só depois de fazer as visitas é que a gente entende o quanto essa atividade faz diferença", conta ela, que gosta de entrar nos quartos mas também das trocas de experiência durante as capacitações.

Com experiência em trabalhos voluntários na cidade de origem, Geovana de Oliveira dos Santos, estudante de farmácia, descobriu o Sensibilizarte antes mesmo de se matricular na UEL. "Não queria deixar de fazer trabalho voluntário", diz ela, que hoje considera o projeto "essencial para a vida". Atuante na frente de artesanato, ela conta que a experiência de interagir com pessoas que muitas vezes têm familiares em outras cidades e estão sozinhas no hospital é sempre emocionante. "Meu curso não tem um currículo voltado para a humanização, por isso, acho importante ter contato com o assunto", analisa.

Entre os voluntários mais animados, Ana Luiza Lermen, estudante do terceiro ano de fisioterapia, garante que é especialista em "fazer bagunça", apesar de integrar a frente de artesanato. "Não tinha talento para nenhuma frente, então fui por eliminação", brinca ela, que já viveu muitas experiências emocionantes no voluntariado. A última ocorreu em uma visita à ala de pediatria do HU. "Eu nunca quis visitar a pediatra porque acho que criança nunca deveria ficar doente. Mas resolvi encarar o desafio e foi muito bom perceber que as crianças e mães ficam bem felizes. O nosso papel é levar alegria", resume.

Para os pacientes, os alunos do Sensiblizarte fazem a diferença ao mudarem a rotina de quem está internado. Grávida do primeiro filho e em tratamento por causa de uma infecção, Neyza Carolina Rodrigues Dutra não escondeu a emoção ao ouvir a frente de música cantar no quarto. "Ajuda a gente a se distrair e esquecer o que está acontecendo", acredita.

A mãe da jovem, Isabel Rodrigues de Carvalho, contou que foi a primeira vez que a filha sorriu em cinco dias de internação. "Meu coração está apertado por ela estar aqui, esses momentos ajudam muito a gente a continuar forte", agradece.