"Vamos tentar melhorar a sensação de segurança de nossas comunidades", afirmou o novo comandante do 5ºBPM
"Vamos tentar melhorar a sensação de segurança de nossas comunidades", afirmou o novo comandante do 5ºBPM | Foto: Saulo Ohara



Foi realizada na manhã desta segunda-feira (11) a solenidade de passagem de comando do 5º Batalhão de Polícia Militar. O tenente coronel Sandro Alberto Segovia assumiu o posto no lugar do tenente coronel Antônio Carlos Campos Junior, que foi promovido para o cargo de chefia do Estado Maior do Comando Regional. A troca de comando ocorre em um momento bastante delicado. Recentemente a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária divulgou um balanço que apontou o menor número de homicídios dos últimos dez anos no Paraná, enquanto Londrina, no mesmo período, registrou um aumento de 51 para 68 assassinatos (+ 33,33%) comparando o primeiro semestre do ano passado com o primeiro semestre deste ano. Desse total Londrina foi responsável por 56 ocorrências. No Estado o número de homicídios caiu de 1.268 mortes violentas para 1.041 (-17,9%).

No mês passado a FOLHA publicou dados da Sesp que também apontam o aumento do número de furtos e roubos de veículos em Londrina em 88% no primeiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período de 2016, passando de 470 para 884 ocorrências. Entre 2015 e 2016 os números dessas ocorrências registradas no ano inteiro subiram de 2.267 para 3.379. Com estatísticas tão ruins, Segovia chega ao posto com o discurso de continuidade ao serviço que o tenente coronel Campos vinha realizando.

"Vamos simplesmente fazer o melhor para nossa comunidade. Vamos continuar fazendo operações como a gente já vem fazendo de segunda a segunda. Vamos tentar melhorar a sensação de segurança de nossas comunidades, implementar cada vez mais operações de segurança conjuntas com outros órgãos e outras entidades", disse. Questionado sobre as necessidades do batalhão, ele aponta que o efetivo que a unidade possui hoje é bom, embora não tenha confirmado de quanto seria esse número. "É o suficiente para nós neste momento e é por onde a gente tem feito o enfrentamento e conseguido atender as necessidades das operações e das escalas. Temos feito uso das melhores táticas e técnicas no combate à criminalidade", argumenta.

Sobre o baixo número de viaturas, o novo comandante afirmou que não possui os números, mas que o batalhão recebeu recentemente viaturas locadas e que há a previsão da vinda de novas viaturas no fim do ano. "Vamos procurar implementar operações das mais diversas para dar visibilidade a esse trabalho e mostrar que a Polícia Militar está disponível para a comunidade pelo número 190", orienta.

Segovia possui 33 anos de serviço na Polícia Militar. Natural de Guaíra e criado em Curitiba, o novo comandante destaca que já trabalhou nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte do Paraná. "Estamos no Norte do Estado desde 2002. Trabalhei três anos no comando regional e no 5º Batalhão da Polícia Militar estou no subcomando desde o início do ano", relata. Sua filha, a estudante Nicolle Isabela Lesczynski Segovia, 23, não escondeu o orgulho vê-lo assumir o cargo. "Foi difícil. Ele batalhou, lutou bastante e enfrentou muitas dificuldades, mas conseguiu."

De acordo com o comandante do 2º Comando Regional de Polícia Militar, coronel Lanes Randal Prates Marques, Segovia é bastante experiente para assumir o comando. "O desafio é ter uma comunidade muito mais participativa", disse. Sobre a saída de Campos do 5ºBPM, Marques ressaltou que o novo cargo de chefia do Estado Maior do Comando Regional o coloca como responsável pelo comando de 89 municípios e quase 3 mil policiais militares. "Ele nos auxiliará com toda a estrutura de integração dos órgãos", destaca.

Marques admite que no momento atual os indicadores não são favoráveis. "Nós vamos reverter para dar tranquilidade à comunidade londrinense." O trabalho, continua o comandante, ocorre a partir da integração com outros órgãos de segurança, como Polícia Civil, Detran, sistema penitenciário, Polícia Federal e a rede de proteção social da Prefeitura. "A integração com outros órgãos fará com que a falta de efetivo seja suprida pelo trabalho e pelo esforço conjunto", aponta. Ele explica que a integração se dá a partir ações complementares de trabalhar. "Em uma audiência de custódia buscaremos o apoio da assistência social. Aquele furto famélico tem que ter a proteção social e não o sistema penitenciário. Com essa conjugação de esforços alcançaremos resultados melhores", projeta Marques.