Ela não perdeu tempo. Ontem mesmo, pela manhã, uma mulher procurou uma das agências da Caixa Econômica Federal em Londrina com um dos quatro bilhetes premiados do concurso 1086 da mega-sena nas mãos. A milionária, que permitiu à Caixa identificá-la apenas como uma ''mulher londrinense'', foi tratar de embolsar o prêmio que ganhou no sorteio realizado no sábado (27), nada menos que R$ 13.904.065,20.
O prêmio poderia ser bem maior, R$ 55 milhões, se outros três apostadores - dois de São Paulo e um de Minas Gerais - não tivessem acertado as mesmas seis dezenas que a londrinense acertou: 02, 04, 06, 10, 23 e 45. Porém, nenhum dos quatro felizardos pode reclamar da grana que agora tem na conta bancária. Quem ganha um salário mínimo nacional, R$ 465, teria que trabalhar 2,4 mil anos para juntar R$ 13.904.065,20. Para quem ganha R$ 3 mil por mês também seria preciso trabalhar muito para chegar a ter essa poupança: 386 anos.
Se a mais nova milionária de Londrina for fã de carros, ela pode adquirir 640 Uno Mille ou 549 Gol. Se optar por algo mais potente, pode levar para a garagem 10 Ferrari F430. Mas se a vontade dela for trocar de casa, é possível comprar 92 confortáveis residências no Jardim Igapó - onde fica a lotérica na qual ela fez a aposta vencedora -, no valor de R$ 150 mil cada uma.
Contudo, ela não fez nada disso. Pelo menos por enquanto. Segundo o superintendente regional da Caixa, Roberto Luiz Bachmann, a mulher optou por investimentos, e os diversificou. ''Ela fez certo, não quis deixar todos os ovos numa cesta só'', comenta Bachmann. Se a ganhadora tivesse deixado toda a sua fortuna na poupança, teria um rendimento diário de R$ 3,2 mil. Porém, ela preferiu deixar só uma parte na poupança e investiu em dois planos com renda pré-fixada (com valor de rendimento estipulado) e em outros dois com renda pós-fixada (com valor de rendimento atrelado a algum indicador variável).
Na lotérica onde a mulher fez a aposta, na Avenida Inglaterra (Zona Sul), o movimento era grande na tarde de ontem. As pessoas querem fazer uma fezinha no local, que de fato parece ser sortudo. Funcionando há apenas seis meses, a casa já tem na parede uma coleção de bilhetes vencedores. ''É que todos nós dormimos de botina, por isso temos pé quente'', brinca Kátia Lumi Funada, uma das proprietárias do negócio familiar, que pertence também ao marido e ao cunhado dela. ''A verdade é que trabalhamos com amor, por isso as coisas dão certo. Agora estamos preparados para um movimento maior'', completa.
E pelo jeito a tendência é mesmo de filas para os próximos dias na lotérica. A auxiliar de serviços gerais Edina Roque, que nunca havia apostado na mega-sena fez questão de ir até lá ontem. ''Quando fiquei sabendo que tinha sido uma mulher e que tinha sido aqui nesta lotérica fiz questão de vir. Fiquei empolgada. Se eu ganhasse um prêmio iria comprar a minha casa própria e realizar o meu sonho de conhecer o mar'', destacou Edina.