A reumatologista Renata Prates Mori Ganassin, de Londrina, explica que a esclerodermia afeta principalmente as mulheres, na proporção de quatro para um homem. É considerada rara, atingindo menos de 1% da população e não é hereditária. Entre os sintomas estão febre, fraqueza, fadiga, dores articulares, mas o espessamento da pele é o mais característico.
"A doença aparece a partir de um gatilho, que pode ser ambiental ou emocional. Sem cura, o tratamento visa dar qualidade de vida ao paciente e evitar complicações, como problemas respiratórios, já que a esclerodermia pode também afetar os órgãos internos", explica.
Segundo a reumatologista, a doença pode ser classificada como esclerodermia localizada ou sistêmica. "A primeira afeta apenas parte da pele, sem manifestações internas. Já a sistêmica pode ser classificada como cutânea difusa, quando atinge áreas mais extensas do corpo e em cutânea limitada, tida como a mais comum e que atinge menos a pele e mais os órgãos internos, em especial o pulmão."
A esclerodermia localizada é mais frequente em crianças, já a difusa atinge mais homens negros e pacientes jovens, enquanto a limitada afeta principalmente as mulheres entre os 40 a 70 anos. Renata destaca que o Fenômeno de Raynalt são vasoespamos nos dedos, que causam palidez e o arroxeamento (cianose), e posterior vermelhidão (eritema) quando a circulação é restabelecida. Os sintomas pioram no frio e podem causar úlceras digitais, por isso a importância de se manter aquecido. "Mas sozinho não é um sinal de esclerodermia, já que existe o Fenômeno de Raynalt primário, não relacionado a nenhuma doença."
As causas de óbito em geral são por complicações pulmonares. "Antes a principal causa eram problemas renais. O tratamento é direcionado conforme a necessidade de cada paciente. Existe um medicamento que pode retardar um pouco o espessamento da pele, mas não traz a cura", aponta. (E.G.)