O Parque Arthur Thomas foi reaberto para visitação, mas muitos trechos ainda estão interditados
O Parque Arthur Thomas foi reaberto para visitação, mas muitos trechos ainda estão interditados | Foto: Saulo Ohara



A Secretaria Municipal de Ambiente (Sema) está buscando recursos para a recuperação dos parques Arthur Thomas e Daisaku Ikeda, ambos localizados na zona sul de Londrina. Os dois espaços foram afetados pela chuva registrada em janeiro de 2016 e até agora não foram totalmente liberados para o público. Ambos estão com trechos interditados que impedem que os visitantes tenham acesso a pontos outrora muito frequentados, como é o caso do mirante do Parque Daisaku Ikeda ou da usina hidrelétrica do Parque Arthur Thomas. Segundo a gerente de áreas verdes da Sema, Alexsandra Siqueira, o prejuízo está avaliado em R$ 6 milhões no Arthur Thomas e em R$ 3 milhões na outra localidade.

Localizado no Jardim Piza, em um espaço onde também fica a sede da Sema, o Arthur Thomas apresenta problemas de assoreamento do lago, a estrutura da usina hidrelétrica foi seriamente abalada, existem pontos críticos da trilha que sofreram erosão e ainda há muita sujeira a ser removida. Há também questões não resolvidas de uma chuvarada anterior, ocorrida em 15 de outubro de 2011, que derrubou a estrutura do segundo mirante da trilha principal e desde então os visitantes estão privados de ver a cachoeira de um ângulo frontal. A cachoeira possui 20 metros de altura e só pode ser observada do primeiro mirante, que fica quase em cima da queda d’água.

José Carlos Pereira dos Reis, que trabalha no setor de limpeza do parque, diz ter ficado impressionado com o número de árvores arrastadas pela água durante o temporal de 2016. "Caíram muitas árvores na barragem. Vários corrimões ficaram destruídos, e uma vala se formou perto da barragem com a erosão. As águas levaram uma quantidade muito grande de lama no trecho inferior do parque", lembra. "Nós estamos agora trabalhando para liberar uma das escadarias", destaca Alexsandra.

A pedagoga Euza de Farias da Silva é de Ponta Grossa (Campos Gerais), em visita ao parque em janeiro, se deparou com uma área grande interditada. "O parque tem um ambiente agradável, mas o passeio deixou a desejar. A natureza é ótima para a qualidade de vida e é um passeio gostoso para fazer com a família. Saber que gente não concluiu o passeio por falta de apoio e manutenção do parque por parte do poder público é decepcionante", declara. Ela acrescenta que é preciso melhorar a limpeza do local e também criticou a falta de cuidados dos visitantes. "Os londrinenses têm um parque maravilhoso, mas algumas pessoas não cuidam. Encontramos lixo jogado pelos frequentadores e isso poderia ser evitado. O homem pode cuidar do meio em que ele vive", ressaltou.

O mestre de obras Armando Bezerra da Silva, morador da zona norte de Londrina, destaca que visita o local com frequência e se mostrou decepcionado com um dos atrativos do parque. "O assoreamento do lago está terrível. O primeiro cartão postal do parque é o lago e, se não arrumarem, o visitante pode ficar desanimado e não querer mais passear", aponta.
A gerente aponta que não é possível realizar a recuperação dos dois parques sem a elaboração de projetos para a captação de verbas oriundas do governo federal ou estadual. "Nós não conseguimos realizar essas obras sem esses projetos. Fizemos obras pequenas e serviços de limpeza que foram realizadas com o auxílio de outras pastas como a Fundação de Esportes de Londrina; Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, Defesa Civil e Secretaria de Obras", aponta. Em tempos de contenção de despesas em todas as esferas governamentais, resta à população paciência para ver os dois espaços reconstruídos.

SERVIÇO
O Parque Arthur Thomas fica na Rua da Natureza, 155, Jardim Piza. Já o Parque Daisaku Ikeda está localizado na Rodovia João Alves da Rocha, s/n, Usina Três Bocas. A entrada é franca em ambos os espaços. Mais informações na Sema, pelo fone (43) 3372-4781