Dorico da SilvaNo meio da ruaRua Alberto Barroso Jr.: quase todo asfalto tomado pelo matoO mato invadiu Londrina. A falta de roçagem em várias ruas do centro e, sobretudo, nos bairros mais afastados, fez com que o matagal crecesse de forma desordenada e avançasse sobre calçadas e até ruas da Cidade. Muitos moradores estão revoltados com a situação e pedem providências da Autarquia de Meio Ambiente (AMA). Alguns temem o surgimento de cobras e aranhas nesses locais. Há ruas, como a Alberto Barroso Júnior, no conjunto Colônia 2 (zona sul), em que o asfalto já foi quase todo tomado pelo mato. Ali, mal dá para diferenciar o que é terreno, o que é calçada e o que é realmente rua.
Na rua Bento Munhoz da Rocha, parque Guanabara (também zona sul), a situação também é crítica. Como não existe calçamento, o mato avançou sobre o asfalto e os pedestres são obrigados a andar quase no meio da rua. Para complicar, o local é utilizado por moradores para caminhadas e cooper, principalmente na parte da manhã. A via fica à margem do lago Igapó. Os carros costumam trafegar ali em alta velocidade.
‘‘Moro há mais de 15 anos na região e sempre esteve assim. Às vezes a Prefeitura manda limpar, mas é só de vez em quando. Normalmente o mato está alto mesmo. Sem contar o mau cheiro. Tem muita gente que joga animal morto no meio do mato’’, critica Augusta Torres, que caminha todo dia pela manhã na Bento Munhoz. Ela lembra que já foi feito até abaixo-assinado, entre os moradores, para que fosse construída uma pista para os pedestres. Mas até agora não o pedido não foi atendido. ‘‘A gente fica com pena, porque o lugar é muito bonito.’’
Dorico da SilvaPerigo constanteRua Bento Munhoz da Rocha: sem calçada, pedestres correm risco
Euclides e Wilson Pezarini, que caminham três vezes por semana na Bento Munhoz, sempre pela manhã, também reclamam da situação. ‘‘O Igapó é o cartão postal de Londrina mas está assim, abandonado. Já estava querendo reclamar com a AMA para que fosse feita a roçagem e também construísse uma calçada do lado’’, aponta Euclides Pezarini. ‘‘Tem dia que que o movimento de carros aqui é bastante intenso. O perigo é grande’’, ele completa. Várias ruas da região, como a Foz do Iguaçu, estão em situação parecida.
‘‘Moro aqui há seis meses e até agora não veio ninguém da Prefeitura limpar o local’’, critica a dona de casa Lucy Queirós de Almeida, moradora da rua Antônio Vicente da Silva, jardim Santiago 2 (zona oeste), perto de um fundo de vale. Segundo ela, o mato também já invadiu a rua, sem contar um terreno abandonado em frente à residência. ‘‘Não dá mais para arriscar descer pelo meio do mato, é muito perigoso. Até cobra tem lᒒ, apavora-se dona Lucy.
A própria AMA reconhece que hoje não há controle sobre o mato que invadiu a Cidade. O diretor operacional da autarquia, Júlio Bittencourt, explica que a situação piorou em função do atraso de uma licitação para a roçagem de dez milhões de metros quadrados na Cidade, entre terrenos públicos e privados. ‘‘A licitação era para ter saído em setembro. Mas acabou saindo apenas em dezembro’’, explica Bittencourt. Os meses entre outubro e março, em função da chuva, acabam colaborando para que o mato cresça mais do que em outros períodos.
O diretor operacional da AMA conta que a empresa vencedora da concorrência pública começou a trabalhar ainda no final de dezembro. A AMA vai pagar R$ 0,018 por metro quadrado roçado. Além disso, a própria autarquia diz que disponibilizou equipamentos e quase 300 homens para também fazer o serviço, nos quatro cantos da Cidade. ‘‘Até fevereiro estaremos com a situação sob controle. A prioridade agora serão as principais avenidas do centro. Depois, vamos atacar os bairros. Até abril estaremos dominando a situação’’, diz Júlio Bittencourt.
O problema aumenta, segundo o diretor operacional da AMA, porque donos de terrenos acabam não promovendo a roçagem dos lotes. Ele estima que 50% do trabalho a ser executado - cerca de cinco milhões de metros quadrados - não é responsabilidade do Município. Essas áreas serão roçadas e a conta do serviço será mandada para os proprietários. O preço do serviço num lote particular de 250 metros quadrados custará entre R$ 25 e R$ 30. ‘‘Muita gente tem ligado aqui para reclamar do mato. Mas logo o problema estará resolvido’’, garantiu Bittencourt, pouco antes de visitar o Santiago 2, ontem à tarde, para avaliar a situação.