"Estava subindo a Sergipe e o motorista de um carro não me viu", conta o vendedor Willian Rodrigo Coutinho
"Estava subindo a Sergipe e o motorista de um carro não me viu", conta o vendedor Willian Rodrigo Coutinho | Foto: Celso Pacheco



A cada hora são registrados, em média, três acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no Paraná. No período de janeiro a dezembro de 2015, a Seguradora Líder, encarregada pelo Seguro DPVAT, pagou 497.009 indenizações por mortes envolvendo motociclistas, ou seja, 76% das reparações. A seguradora aponta ainda que 53% dos acidentes com motos foram fatais e em 56% o condutor teve sequelas permanentes. A motocicleta é também o veículo responsável pelo maior número de mortes entre jovens de 18 a 44 anos - 51%.
"Trabalhamos com uma estimativa de que 500 motociclistas morrem por ano no trânsito no Paraná. E a imprudência, o excesso de velocidade, a falta de uso de equipamentos obrigatórios, como capacete, estão ligados a esse índice", ressalta o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.
O diretor de Trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Hemerson Pacheco, informa que o quadro em Londrina não difere muito de outras cidades do Estado. Porém, observa que no município houve uma redução de óbitos de motociclistas, que passaram de 30 mortes no ano passado para 26 registradas neste ano. O decréscimo, ele, é atribuído em parte à instalação de equipamentos eletrônicos de fiscalização (radares). "Pelos dados estatísticos mostramos que o número de acidentes com vítimas fatais diminuiu 48% nos locais em que foram instalados radares", apresenta. Embora tenha acontecido a redução de mortes, o número de acidentes no município permanece alto. De janeiro a agosto foram 1.487 ocorrências envolvendo motos.
O vendedor Willian Rodrigo Coutinho, de 28 anos, que é uma das vítimas mais recentes. "Eu estava subindo a Rua Sergipe com a minha moto e um carro que estava saindo da baliza não me viu; o para-choque acabou atingindo a minha perna", relembra. Segundo ele, a baixa velocidade permitiu que evitasse a perda da direção. "Tanto que mesmo depois da colisão eu permaneci em cima do veículo, mas o carro prensou a minha perna e quebrou a canela, o tornozelo e o pé. O motorista parou para me ajudar e admitiu que isso aconteceu por desatenção dele." O acidente aconteceu há uma semana e ele está internado no Hospital Universitário.

CAUSAS
A CMTU realiza um estudo técnico das causas dos acidentes. "Com base nesses dados chegamos a um dado alarmante. Concluímos que 95% dos acidentes que envolvem motociclistas passam pelo não cumprimento de uma regra de circulação, ou seja, o comportamento do condutor tem sido o fator preponderante para a ocorrência de um acidente de grande proporção ou de óbito", aponta Pacheco.
Na opinião do diretor da CMTU, o condutor que sai dos centros de formação ainda não está preparado para o enfrentamento do trânsito no dia a dia. "As aulas poderiam ser um pouquinho mais consistentes e mais rígidas."
Outro problema apontado por Pacheco são as motos adquiridas em leilão como sucatas e colocadas em circulação ilegalmente. "São as chamadas motocicletas baixadas. Já entrei em contato com a Ciretran para solicitar que as motos baixadas tenham o chassi cortado para ser vendida como peça de sucata. Hoje os ferros-velhos vendem essa moto inteira com recibo e voltam a circular", reclama.
Questionado sobre a fiscalização desses veículos, ele aponta que por serem utilizadas para cometer crimes, há uma preocupação grande, já que os agentes de fiscalização da CMTU podem até levar tiros durante uma abordagem.

DICAS
O principal cuidado que o motociclista deve ter é obedecer a legislação. Elas foram feitas com base na segurança no trânsito. Respeitar os limites de velocidades, a sinalização e a utilização de equipamentos obrigatórios evitam acidentes.
O uso adequado do capacete, os ajustes das tiras abaixo do queixo, a utilização da viseira são fundamentais para o motociclista. Cautelas com a manutenção da moto também são essenciais para a prevenção. É necessário verificar a calibração dos pneus, se estão em bom estado, luzes de freio, faróis em bom funcionamento, verificar freios e combustível. (Com informações da Agência Estadual de Notícias)