Segundo a Câmara, retificação só é possível quando há duplicidade dos nomes em logradouros diferentes
Segundo a Câmara, retificação só é possível quando há duplicidade dos nomes em logradouros diferentes | Foto: Roberto Custódio



A maioria das vias com mais de um nome é consequência de loteamentos lançados em épocas distintas. As barreiras físicas também são a justificativa para uma boa parcela de vias que mudam de nome. Esse é o caso da rua Felipe Camarão, no conjunto Barra Vento, que possui uma escada após cruzar a avenida Duque de Caxias e se transforma na rua Marauás, na Vila Galvão (região central).

Os "critérios" que determinam como são definidos os nomes das vias são confusos.
Enquanto algumas são em linha reta e possuem nomes diferentes, outras chegam a percorrer 360 graus e mantém o mesmo nome, como é o caso da rua Atílio Scudeler, na Vila Portuguesa (área central). Às vezes a via possui um nome, recebe outro e volta ao primeiro nome, como é o caso da rodovia Carlos João Strass (zona norte), que na altura do Patrimônio Heimtal recebe o nome de avenida Ludwig Ernest e logo depois volta a ser Carlos João Strass. Essa mesma via recebe o nome de avenida Dez de Dezembro entre a avenida Brasília e a PR-445 (área central e zona sul) e logo depois recebe o nome de avenida presidente Eurico Gaspar Dutra, no conjunto Cafezal (zona sul).

CORREIOS
A assessoria de comunicação dos Correios disse que os nomes diferentes não dificulta a entrega das correspondências, mas o que atrapalha é a numeração irregular. É o caso da rua Tapuias, que vem com uma numeração crescente até o 700, depois é zerada e começa novamente a crescer. Ainda segundo os Correios, o CEP (Código de Endereçamento Postal) é um facilitador do trabalho do carteiro no caso de vias que possuem mais de um nome. Ele ressalta que se há um carteiro que trabalha há muito tempo, não há problemas, mas se há rotatividade na função, a numeração irregular atrapalha o próprio morador.

Ainda de acordo com a assessoria, para implantar o serviço de entrega de correspondências em novos bairros há uma portaria do Ministério das Comunicações (nº 6206/2015) que determina que ela só pode ser feita se houver placas com os nomes das ruas e com a numeração dos imóveis em ordem crescente e regular.

Sobre bairros antigos, a assessoria aponta que há resistência dos moradores em realizar essa adequação. De acordo com os Correios, há pessoas que declaram que o número de imóvel é o mesmo há 20 anos e não há o interesse em mudar, mesmo com a orientação dos Correios.

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina, Antônio Pereira da Silva, cobra uma solução das autoridades municipais para resolver o problema. "Se elas são uma via só, deveriam também ter um nome só. Se o taxista não é do setor fica difícil localizar o cliente", reclama. "O maior problema está na numeração, que muda conforme o nome da via muda."