Imagem ilustrativa da imagem Justiça marca audiência de motorista que atropelou ciclista
| Foto: Reprodução/Arquivo Família


A juíza da 1ª Vara Criminal de Londrina, Elisabeth Kather, definiu que Marcos Gelinski, acusado de atropelar o ciclista João Pedro Rodrigues da Silva, 18 anos, com um Vectra na Avenida Leste Oeste em janeiro deste ano, será interrogado no dia 18 de dezembro, às 14h15. Após o acidente, registrado perto do semáforo que dá acesso ao Jardim do Sol, o condutor não parou para prestar socorro ao jovem, que morreu nove dias depois na Santa Casa por grave traumatismo craniano.

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Antes da decisão, a advogada Kauane Guerra Mazzia, que defende Gelinski, impetrou recurso pedindo a anulação da decisão que recebeu a denúncia do Ministério Público. "Dentro da lei, há o direito fundamental da intimidade do domicílio, que não foi respeitado quando o réu terminou preso. As provas colhidas estão contaminadas de ilegalidade", disse.

A versão é refutada pela família de João Pedro. Segundo o primo da vítma, Renan Pasco, a colisão aconteceu às 6h30 do dia 22, um domingo. No boletim de ocorrência confeccionado, a Polícia Militar informou que o motorista foi preso em sua residência pouco depois da meia-noite de segunda-feira, o que não inviabilizaria o flagrante. "Não houve desconfiguração da detenção porque esta foi efetuada não mais de 24 horas após o ocorrido", contestou o promotor Thadeu Augimeri de Goes Lima.

No despacho, a juíza descartou o pedido da defesa de Gelinski. Para a magistrada, "o denunciado permitiu a entrada dos policiais militares, ocasião em que se procedeu a apreensão do veículo supostamente utilizado para a prática do delito. Sendo assim, não há o que se falar de arbitrariedade ou irregularidade na conduta dos agentes".

Em depoimento ao delegado Ernandes Cezar Alves, de plantão na época dos fatos, o acusado confessou que ingeriu dois litros de "pinga" no dia anterior ao acidente. O Vectra conduzido por ele teria sido adquirido em dezembro de 2016. Questionado sobre o motivo do acidente, ele alegou que "bateu em algo que não soube identificar o que era". Também confirmou que só viu o amassado no carro quando chegou em casa. Horas depois, quando uma viatura da Polícia Militar o abordou, Gelinski informou que "teria colidido contra uma árvore".

Liberdade

Passados três dias, o motorista ganhou liberdade provisória, mas atualmente é monitorado por tornozeleira eletrônica. À juíza Elisabeth Kather, ele mudou a versão apresentada na delegacia. "Quando aconteceu isso aí (acidente envolvendo João Pedro), eu vi umas pessoas em cima do meio-fio vindo pro meu lado. Tinha mais ou menos umas seis pessoas. Foi aí que eu saí", disse. Na mesma audiência, ele confessou que não tinha carteira de habilitação. "Eu ia tirar", argumentou.