O quarteirão onde está localizada a agência bancária foi isolado e os estabelecimentos comerciais ficaram com as portas fechadas
O quarteirão onde está localizada a agência bancária foi isolado e os estabelecimentos comerciais ficaram com as portas fechadas | Foto: Fotos: Gina Mardones



Andirá – Cerca de 20 bandidos armados com fuzis explodiram os dois caixas eletrônicos e o cofre central da agência do Banco do Brasil em Andirá (Norte Pioneiro). A ação aconteceu na madrugada desta quarta-feira (8) e as explosões foram ouvidas por grande parte dos moradores da cidade, que pela manhã não falavam em outra coisa. Três pessoas foram feitas reféns pelos criminosos, que fugiram em três veículos em direção a Palmital (SP). Até a tarde de quarta, a polícia ainda não tinha pistas dos assaltantes.

A operação montada pelos bandidos começou por volta das 3 horas. O vigia de um estabelecimento comercial localizado na Rua São Paulo, onde também fica a agência bancária, contou à polícia que o grupo de criminosos era formado por pelo menos 20 pessoas. Segundo o delegado da Polícia Civil em Andirá, Janderson Janine Afonso, os bandidos dividiram-se em quatro grupos. Um deles ficou no interior da agência bancária, outro deslocou-se até o comando da Polícia Militar para impedir que os policiais tentassem impedir o furto, um terceiro grupo ficou do lado de fora do banco e o último ficou responsável por interceptar caminhões que foram utilizados para bloquear os dois principais acessos à cidade, pela BR-369.

Em um veículo Honda City furtado, quatro bandidos renderam um caminhoneiro que chegava a Andirá, vindo do interior paulista. O caminhoneiro que dirigia um veículo bitrem carregado com soja contou que eram pouco mais de 3 horas quando o veículo bloqueou a passagem do caminhão. "Eles estavam com tudo quanto é tipo de arma. Entraram no caminhão e me obrigaram a seguir até um trecho da rodovia (BR-369) e manobrar o caminhão para que ficasse atravessado na pista. Depois, mandaram que eu descesse e atearam fogo nas rodas do veículo."

Caminhão colocado na ponte sobre o Rio das Cinzas foi incendiado
Caminhão colocado na ponte sobre o Rio das Cinzas foi incendiado



O caminhoneiro, então, foi conduzido até o Honda City e seguiu com os assaltantes até um posto de combustível desativado na entrada da cidade, onde interceptaram uma carreta que havia parado no semáforo. Os dois motoristas foram obrigados a dirigir até a ponte sobre o Rio das Cinzas, na BR-369, onde o veículo também foi incendiado e usado para bloquear a pista.

"Levaram nós três (motoristas) com eles e, enquanto explodiam o cofre, ficamos na rua, próximo a agência, e fomos feitos de escudo. Havia divergência entre eles, uns falavam que não iriam fazer nada com a gente e outros nos ameaçavam. Não sabíamos o que iria acontecer e ficamos com medo de que eles nos amarrassem em um veículo na fuga, como já vi na televisão", contou um dos motoristas da carreta, que seguia de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) para Agudos (SP). Antes de liberaram os reféns, os assaltantes levaram R$ 100 que estavam na carteira do motorista do caminhão bitrem. Os caminhões foram removidos da rodovia no início da manhã.

"Acordei com o barulho das explosões. Tenho um salão de beleza e achei que fosse lá que estivesse acontecendo alguma coisa. Fiquei assustada. Andirá é uma cidade normal, pacata, mas anda tendo bastante roubo, todos os dias", contou uma moradora que pediu para não ser identificada. "Pensei que era um transformador de um poste explodindo. Foi um barulho muito forte. Todo mundo veio para a rua e aí a gente viu que era um assalto. Ficamos com medo, não temos mais tranquilidade", disse outra moradora do município que possui cerca de 20 mil habitantes.

Pela manhã, todo o quarteirão onde está localizada a agência bancária foi bloqueado e os estabelecimentos comerciais ficaram com as portas fechadas. A área externa da agência e a área do comando da PM foram periciadas e, segundo o delegado, foram encontradas cápsulas de fuzil 556. Antes de fugir, a quadrilha deixou uma sacola com explosivos próximo ao cofre e a perícia no interior da agência dependia da chegada do esquadrão antibombas, de Curitiba.

Veja mais na reportagem Paraná é o terceiro mais vulnerável a ataques.

E em: Criminosos disparam para o alto para inibir ação da PM