Índice de inadimplência na Cohab-Ld é de 44% de um universo de 10 mil mutuários
Índice de inadimplência na Cohab-Ld é de 44% de um universo de 10 mil mutuários | Foto: Marcos Zanutto



O índice de inadimplência atingiu 44% de um universo de 10 mil mutuários da Cohab-Ld (Companhia de Habitação de Londrina) e e muitos estão perdendo os imóveis por isso. Somente em 2017 a Cohab-LD ingressou com aproximadamente 100 ações judiciais para reintegração de posse das unidades com prestações em atraso. Antes de chegar a esse extremo, a companhia tenta a renegociação da dívida. "Quando entramos com ação de reintegração de posse, há custas judiciais em cima, despesas com advogados. Por isso temos que evitar ao máximo que chegue no juiz", destaca o presidente da Cohab-LD, Marcelo Cortez.

"Primeiro tentamos a conscientização. Depois, caso a inadimplência persista, entramos com o procedimento de notificação e telefonamos para o mutuário para persuadi-lo a pagar a dívida. Não havendo retorno, encaminhamos ao juiz pedindo a reintegração de posse", explica Cortez, ressaltando que enquanto o caso não vai para a Justiça é possível negociar. "Assim que entramos com a ação, isso fica impossibilitado."

Desde o início do ano foram reintegrados e comercializados cinco imóveis. Três dos imóveis retomados no último ano ficam em um condomínio na zona oeste. O síndico do residencial, Ari Santana Leal, informa que alguns inadimplentes também deixam de pagar o condomínio. "A Cohab intensificou mais a cobrança. É o correto. O inadimplente tem que pagar, porque isso acaba influenciando no todo. Os que deixam de pagar a prestação também acabam não pagando o condomínio e os outros são prejudicados", analisa.

De acordo com o presidente da companhia, outros dez imóveis estão em fase final de retomada, e em breve estarão disponíveis para comercialização. "O alto índice de inadimplência afeta diretamente a Companhia, prejudicando a realização dos programas habitacionais. Após o prefeito Marcelo Belinati assinar o decreto nº 148, que facilitou a renegociação das dívidas e que está em vigor até junho, os mutuários têm a oportunidade de deixar os débitos em dia. Mas, caso isso não ocorra, eles estão sujeitos a perder seus imóveis", explicou. O Programa de Renegociação de Dívidas dos Mutuários começou em fevereiro. O processo de cobrança se dá a partir do acúmulo de três parcelas em atraso. "É um processo doloroso, mas temos que acabar com cultura do não pagar", resume.

Após a reintegração, o imóvel é repassado para pessoas cadastradas na Cohab-LD, por ordem cronológica. "Para ser selecionada, a pessoa deve atender alguns critérios, como ter renda suficiente para arcar com o valor do financiamento e estar com os dados do cadastro atualizado", observa.

Caso as informações como o endereço de residência, telefone e renda estejam desatualizadas, a pessoa corre o risco de perder a chance de ter a casa própria. "Para facilitar esse processo, hoje contamos com uma ferramenta de atualização cadastral, que pode ser acessada via internet", orienta. O link da companhia para atualização de dados é http://www.cohabld.com.br/conferencia/fcr-atusitebusca.asp. O atendimento da Cohab-LD é realizado pessoalmente na Rua Pernambuco, 1.002, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17 horas.

Despesa com aluguel é de R$ 260 mil por mês

A transformação do Mercado Municipal do Quebec (zona oeste), na sede definitiva da Secretaria de Educação pode se tornar o símbolo da mudança do planejamento das finanças públicas de Londrina. O objetivo é priorizar os imóveis próprios do município e fundir as estruturas de algumas secretarias que possuem espaço disponível. O prédio abrigará cerca de 120 funcionários dos setores de assessoria financeira, administrativa e pedagógica, além dos membros dos conselhos municipais de Educação, de Alimentação Escolar e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Atualmente, a pasta está lotada em um prédio localizado na Avenida Madre Leônia Milito, cujo valor mensal do aluguel é de R$ 29 mil.

O projeto arquitetônico de readequação do mercado deve ser finalizado em um mês. Entre as mudanças previstas estão adequação dos banheiros e do estacionamento, construção de um refeitório, além de uma possível ampliação do espaço, com salas administrativas e de reunião. No Plano Plurianual do município já estava prevista a construção de uma sede própria para a Educação, porém ainda existem 12 escolas municipais construídas de madeira, que são consideradas prioritárias para o município, além das reformas dos estragos provocados pelas chuvas de janeiro de 2016.

Segundo o presidente da Cohab-Ld (Companhia de Habitação), Marcelo Cortez, o Mercado do Quebec estava subutilizado, com apenas um bar em funcionamento. Embora nessa conta de economia a prefeitura não tenha lançado o quanto o imóvel poderia render com a permissão, o uso de imóveis próprios tem a vantagem de que as melhorias que forem realizadas ao longo dos anos não serão perdidas como acontece em imóveis alugados.

Além da Secretaria de Educação, houve mudanças em outras pastas. O Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) está funcionando no mesmo prédio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres foi alocada no prédio da Cohab-LD, mudanças que estão gerando uma economia de R$ 600 mil anuais. Atualmente, a despesa do município com imóveis alugados é de R$ 260 mil por mês.

"No caso da Secretaria de Educação, são dois aspectos. A economia e a identidade da pasta. Ela agora terá um endereço fixo em um lugar bem centralizado. Embora o Ippul pague aluguel, ao unir a estrutura (localizada na Avenida Castelo Branco) com a da Codel economizamos R$ 11,5 mil; já a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres gastava R$ 8 mil", aponta Cortez.

Segundo o prefeito, essas mudanças fazem parte de um conjunto de medidas de ajuste das finanças publicas. Outro prédio a ser desocupado em breve é o utilizado pela Medicina do Trabalho, na Rua Souza Naves (área central), cujo aluguel é de R% 7 mil. Possivelmente a unidade funcionária no prédio da Caapsmel, ao lado da prefeitura. "Queremos reduzir o valor gasto com aluguéis em 30% com o objetivo de equilibrar as contas. Vamos associar isso com a nova planta de valores, que está sob análise da Câmara de Vereadores", aponta. (V.O.)

Imagem ilustrativa da imagem Inadimplência faz Cohab pedir reintegração de cem imóveis