Londrina - A Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) não consegue pôr fim à fila de pedidos para erradicação de árvores em Londrina. Atualmente são cinco mil processos abertos, com 2,8 mil unidades analisadas por biólogos e aptas para o corte. Em abril eram 3 mil.
A Sema tem apenas três equipes neste setor, que juntas realizam em média dez cortes por dia. ''Por dia recebemos 15 solicitações de corte'', comentou a gerente de áreas verdes da Sema, Alexsandra Siqueira.
A secretaria chegou a fazer uma parceria com a Copel para tentar diminuir a fila, mas o ritmo de trabalho ainda é menor que a demanda de pedidos. ''São muitos complicadores. Muitas árvores estão sob a fiação e é necessário pedir apoio de outros órgãos. O problema em outros casos está no estacionamento de carros. Isso tudo inviabiliza o corte de várias árvores por dia'', explicou o secretário Gilmar Domingues.
Duas árvores com pedidos de erradicação estão localizadas na Rua José Joaquim de Lima, no Conjunto Parigot de Souza II (Zona Norte). Na verdade, agora só uma. A outra caiu sobre uma residência, com o forte vendaval que atingiu a cidade anteontem. Danificado, o imóvel foi interditado pela Defesa Civil. Só naquele dia, o Corpo de Bombeiros registrou dez quedas de árvores com o fenômeno. Os ventos chegaram a 73 km/h, segundo o Sistema Metorológico do Paraná (Simepar).
''A sorte é que não tinha ninguém em casa, porque caiu sobre a sala e um dos quartos'', declarou a secretária Ana Cristina da Silva. Ela mora com a mãe há mais de duas décadas no imóvel. ''Foram sete anos de serviço, pagando prestações todos os meses numa situação bastante complicada. E agora, quem vai pagar?'', criticou a aposentada Vilma Cassemiro da Silva. As duas estão vivendo na casa de uma vizinha.
A Sema tenta terceirizar o serviço. Parte da verba para custeá-lo viria da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip), imposto recolhido mensalmente para atender as demandas de iluminação pública da cidade. A Prefeitura tem R$ 17 milhões em caixa de Cosip. ''Entendemos que arborização atrapalha muito a iluminação pública. Então por que não usar parte desse recurso no serviço de conservação ou erradicação?'', questionou Gilmar Domingues.
A demanda foi encaminhada na semana passada para a Controladoria do Município. Não há prazo para apresentação de uma resposta. Pelos cálculos da Sema, R$ 1 milhão poderiam ser usados para pôr fim à fila de erradicação. ''Pelos nossos cálculos, cada unidade está orçada entre R$ 300 e R$ 350'', explicou.