Três entidades do município se uniram para chamar a atenção da comunidade para o tema
Três entidades do município se uniram para chamar a atenção da comunidade para o tema | Foto: Saulo Ohara



Ibiporã - Uma caminhada de pais, alunos, professores e gestores de entidades celebrou nesta segunda-feira (21), em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), o início da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência. O tema celebrado foi "Pessoa com deficiência: direitos, necessidades e realizações". O objetivo, de acordo com o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Apae, Gilson Mensato, é quebrar tabus e vencer as barreiras da desigualdade através da garantia de direitos.

Esta é a primeira vez que as três entidades – Apae, Apasi (Associação dos Pais e Amigos dos Surdos de Ibiporã) e Apadevi (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Ibiporã) - se unem para chamar a atenção da comunidade para todos os serviços oferecidos no município. "Ibiporã tem atendimento a essa parcela da população bem organizado, mas ainda lutamos para que todos sejam tratados com respeito", diz Mensato.

Conforme o presidente, a Apae atende 253 alunos, a Apadevi tem 92 e a Apasi reúne 44 pessoas atendidas. "Queremos agora saber quem são as pessoas que não estão recebendo atendimento. Por isso, solicitamos à secretaria municipal de Ação Social um cadastramento de todas as pessoas com deficiência do município", explica ele, que tem uma filha com síndrome de down e atribui aos pais e profissionais o mérito da qualidade de atendimento na cidade. "Nos organizamos para cobrar que haja políticas públicas", diz.

O presidente lembrou que, graças à campanha Nota Paraná, a Apae de Ibiporã já arrecadou doações de R$ 30 mil apenas no município. "Agradecemos aos comerciantes e à população que sempre nos apoiam", diz.

A presidente da Federação das Apaes do Paraná, Neuza Soares de Sá, é de Ibiporã e também participou da caminhada. Ela alertou que a maior necessidade das Apaes do estado, hoje, é com relação à saúde dos alunos, pois das 336 associações, apenas 245 estão credenciadas ao SUS. "Além disso, recebemos o mesmo valor do Ministério da Saúde desde 2005, mas as demandas aumentaram muito. Isso precisa ser revisto", pede.

Criada há 11 anos, a Apasi surgiu para oferecer aos surdos as ferramentas necessárias para se comunicaram e se socializarem, como por exemplo a aprendizagem da Libras (Língua Brasileira de Sinais). De acordo com a presidente da entidade, Ivete Pereira Semprebom, hoje a associação oferece projetos de informática, dança, canto com as mãos e coreografias. "A maior preocupação é com os adolescentes, pois nessa fase eles começam a perceber barreiras na comunicação e se isolam, o que pode favorecer a depressão", alerta.

Aldema Araújo Pinholato é presidente da Apadevi que, desde 1988, oferece apoio para pessoas cegas ou com baixa visão em Ibiporã. "Nossa fundadora foi a professora Maria José Ferreira, que começou o trabalho de reeducação visual para que os alunos ganhem autonomia", conta, lembrando que o centro oferece terapia, aulas de soroban e braile, além de apoio pedagógico para quem está na escola.

A diretora do Centro de Atendimento dos Deficientes Visuais, Elen Rantin, conta que a entidade faz também um trabalho pioneiro de prevenção, com ações em todas as escolas e centros de educação infantil do município para identificação de crianças com deficiência visual. "Só este ano foram 158 crianças encaminhadas para atendimento", conta.