O geriatra Wesley Vilas Boas de Oliveira, de Londrina, afirmou que a família precisa avaliar se o idoso pode andar sozinho ou não. ''Caso ele não tenha condições será preciso que alguém o acompanhe durante as travessias'', explicou. Se as pessoas têm condições de realizar essas caminhadas de forma autônoma, o geriatra salienta a necessidade de se fazer alongamentos e atividade física para que elas tenham agilidade ao atravessar a rua.
Oliveira relatou que quanto mais idade maior o risco de doenças senis. ''O envelhecimento começa quando nascemos, mas entre os 30 e 40 anos começamos a ter alterações nas artérias coronárias; entre 40 e 50 anos há uma diminuição da capacidade pulmonar e da sustentação óssea; entre 60 e 70 anos há um envelhecimento das células cerebrais e uma perda da força muscular; entre 70 e 80 anos há uma perda da capacidade respiratória e renal; acima de 80 anos existe 20% de chance de haver uma arteroesclerose e acima de 85 anos existe 40% de chances da pessoa apresentar doenças senis como o Mal de Alzheimer'', explicou.
Sargento Ricardo dos Santos, responsável pela central de comunicação do Siate e pela triagem do deslocamento de viaturas, revelou que na maioria das vezes em que ocorre o atropelamento de um idoso ele está atravessando fora da faixa. ''Se na faixa de pedestre já acontecem acidentes, imagine o que pode acontecer fora dela.''
Santos argumentou que no caso dos idosos há riscos decorrentes da queda da capacidade auditiva e da diminuição da visão. ''Há também uma diminuição da atenção e do reflexo. Por isso a pessoa só deve atravessar quando tiver certeza de que os veículos diminuíram a velocidade'', esclareceu.
O oficial também recomendou que os idosos evitem a travessia em lugares escuros e quando caminharem à noite evitarem as roupas escuras. ''É preciso que eles usem roupas claras e de preferência com faixas refletivas, que hoje podem ser facilmente adquiridas'', orientou. (V.O.)