Desfrutar do lazer em espaços públicos de Londrina esbarra em um detalhe nada agradável. Na maioria dos lugares faltam banheiros. A situação gera queixas e incomoda quem pratica atividades físicas ou costuma passear com a família. Atualmente o único banheiro público do município fica na Praça da Bandeira (Área Central).
O casal Cleber Viana e Karine Batista vai com frequência ao Zerão e relata sofrer com a ausência de banheiros. ''Como temos uma criança, fica ainda mais difícil porque quando ela começa a reclamar não tem jeito'', diz Karine, citando a filha Nathalia. ''Por ser um lugar bem utilizado merecia um banheiro público e mais segurança'', acrescenta Cleber.
Os dois ainda reclamam de mais um problema. Segundo eles, o espaço onde ficavam os banheiros do Zerão - demolidos há pouco mais de dois meses - exala mau cheiro. ''Sentamos ali logo que chegamos, não demorou muito e tivemos que mudar de lugar porque quando o vento bate o cheiro é forte'', afirma Karine.
Elcio da Silva e Lindi Fernandes têm a mesma queixa. Ela diz que, embora não costumem levar os filhos ao local, quando isso acontece é um problema. ''Faz muita falta um banheiro aqui por perto. Em caso de necessidade é meio constrangedor porque temos que procurar um comércio nas proximidades'', revela.
No Lago da Zona Norte as queixas são semelhantes. Frequentado por um grande número de pessoas, sobretudo nos finais de semana, o local também não possui banheiro público. ''Sempre venho com a família, às vezes com o pessoal da igreja e enfrentamos esse problema. Quando começam a pedir muito para ir ao banheiro geralmente decidimos ir embora'', revela Sérgio Alves Souza.
Para ele a alternativa seria construir estruturas adequadas para uso e colocar membros da Guarda Municipal para fazer a segurança. ''Sou vigilante e sei que se deixar os vândalos acabam destruindo, mas se colocar câmeras e o pessoal da guarda, tudo se resolveria'', opina.
No Lago Igapó II, único local onde a FOLHA localizou um banheiro químico de fácil acesso, também há queixas. ''Há apenas um, o trajeto deve ter mais de dois quilômetros e um banheiro só é insuficiente'', reclama o eletrotécnico João Batista Hipólito Almeida. A necessidade de um maior número de unidades de banheiros químicos no espaço é reforçada pelo enfermeiro Fernando Dias. ''Aqui teria que ter ao menos sete cabines como essa'', avalia.
Mas não é só a quantidade de banheiros que impede a população de utilizá-los. O casal de namorados Kawane de Paula Souza e Anderson Oliveira preferem voltar para casa em vez de entrar na cabine. ''Não tenho coragem de usar pelo grande número de pessoas que devem entrar aí todos os dias'', argumenta ela. ''Na cidade faltam muitos banheiros assim. Se andar por todo o Lago só se encontra esse aqui'', completa ele.
O secretário de Gestão Pública, Denilson Vieira Novaes, informa que atualmente não há projeto em andamento para construção de banheiros públicos. Mas, de acordo com ele, parte dos aproximadamente US$ 50 milhões procedentes do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) que Londrina deve receber em breve será utilizada na revitalização dos espaços públicos, o que deve incluir a construção de banheiros. ''Acredito que ainda no primeiro semestre de 2013 devemos ter esse dinheiro.''