Kraw PenasAna Luiza, no laboratório onde são feitos os exames: monitoramento do paciente para medicação mais efetivaO monitoramento da resistência do portador do vírus HIV vai ser mais fácil a partir de agora. O Laboratório Central do Estado (Lacen), responsável pelo diagnóstico laboratorial de diversas doenças, está implantando novas técnicas para detectar a quantidade de carga viral para HIV-1 e de células CD4 e CD8 (glóbulos brancos) em portadores do vírus. A quantificação dessas células permite acompanhar o grau de resistência do paciente e, com isso, determinar a medicação e o tratamento.
Para os 4.115 soropositivos registrados pela Secretaria de Estado da Saúde em todo o Paraná, a novidade representa um alento no tratamento da doença e na expectativa de sobrevida. Segundo a diretora do Lacen, Ana Luiza Conter Borges, as células CD4 - de defesa do organismo - são as primeiras a serem atacadas pelo vírus HIV. ‘‘A quantidade dessas células no sangue, aliada à quantidade de células do próprio vírus, revela o grau de contaminação da pessoa’’, explica. Esse controle permite que se ministrem doses adequadas de medicamentos e se acompanhe a sua eficácia, proporcionando melhor qualidade de vida aos soropositivos.
A realização dos exames de carga viral e detecção de células CD4 e CD8 é novidade na rede pública de saúde. Até há alguns meses, somente laboratórios particulares estavam aptos a fazer o teste. O acompanhamento do paciente no SUS, com medicação, se dava em um nível meramente clínico. ‘‘Agora podemos fazer um acompanhamento mais eficiente, com exames mais precisos’’, diz a diretora do Lacen.
O último levantamento realizado pela Secretaria de Saúde aponta que o maior número de casos de Aids no Paraná é em Curitiba (2.155). Em seguida, vêm Londrina, com 605 casos, e Maringá, com 228. A maior incidência, no entanto, é na cidade portuária de Paranaguá, onde há 132 contaminados para cada 100 mil habitantes, quando em Curitiba essa média não passa de 99 por 100 mil.
A vigilância epidemiológica também se apóia no trabalho do Lacen. Doenças que podem se manifestar em surtos, como hepatites virais, sarampo, dengue, meningite e vírus respiratórios, além de Aids, são detectadas por testes laboratoriais específicos pela Divisão de Biologia Médica. Febre reumática, faringoamigdalite estreptocócica, leptospirose, cisticercose, hanseníase, sífilis e doenças gastrointestinais também fazem parte do rol de exames realizados rotineiramente pelo laboratório.