A lentidão na tramitação do processo que prevê repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) às entidades que atendem pessoas com deficiência mobilizou representantes de sete instituições de Londrina a cobrar providências da administração municipal. Ontem à tarde, eles se reuniram com o secretário de Gestão Pública, Fábio Realli.
De acordo com os representantes das entidades, a reinvindicação existe desde 2009. Eles reclamam que atualmente recebem por procedimentos (como sessões de psicologia, fisioterapia e terapia ocupacional) e que com a assinatura do contrato com a prefeitura, haveria o repasse mensal de recursos, garantindo maior estabilidade financeira às entidades.
''A Associação Flávia Cristina, por exemplo, tem um teto de R$ 33 mil e 200 crianças atendidas. Quando chegam os meses de dezembro, janeiro e julho, esse valor cai pela metade, porque as crianças não frequentam a entidade. No entanto, os gastos com o pagamento dos funcionários e demais despesas continuam existindo'', afirmou o diretor da associação e pai de uma das crianças atendidas na entidade, João Vicente Ferreira. ''Com a queda, a associação demora mais ou menos dois meses para se recuparer, ou seja, passamos praticamente o ano todo no vermelho. Não tem mais como convivermos com isso.''
Segundo Ferreira, apesar do aval da secretaria municipal de Saúde desde 2010, os representantes aguardam por um posicionamento da Gestão Pública, que estaria continuamente exigindo documentos já entregues pelas entidades para formalizar o contrato. ''Cada vez que a gente vem aqui, eles pedem uma nova relação de documentos, alguns que já entregamos, mas que por extravio deles mesmos, não encontram'', reclamou Ferreira.
Além dele, participaram da reunião membros da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (ApsDown), do Instituto Londrinense de Instrução e Trabalho para Cegos (Ilitcs), do Centro Ocupacional de Londrina (COL), do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Especiais (Ilece) e do Espaço Escuta. Essas entidades são responsáveis pelo atendimento de cerca de duas mil pessoas.
O secretário Fábio Reali reconheceu a lentidão na tramitação de documentos e atribui o fato à burocracia característica para a realização desses contratos pelo Ministério da Saúde. ''Nós sabemos que demora, mas esses documentos não podem ser desconsiderados. Sempre eles deixam de trazer alguma coisa e nós ficamos aguardando'', argumentou. ''Nós reconhecemos a importância desse trabalho para o município e também queremos que essa questão se resolva o quanto antes.''
Outra reunião deve ser realizada na próxima semana e também ficou definido que as entidades deverão levar os documentos necessários até o dia 6 de junho para que o contrato seja firmado. Segundo Reali, a assinatura do contrato deverá trazer mais agilidade, profissionalismo e qualidade na prestação dos serviços pelas associações.