Segundo o diretor do Museu Histórico de Cambé, César Cortez, 1990 foi realizada uma campanha com estudantes da Escola Rural da Fazenda Dalmácia. Ele explica que muitos moradores encontravam materiais indígenas feitos de pedra polida. Por achar que aquilo atraía raios, eles jogavam as pedras no rio. ''Fizemos uma publicação orientando os alunos a entregarem os materiais ao professor, que encaminhou para nós. Surgiram materiais de várias regiões, mas um lugar específico chamou a atenção pelo grande volume. Era a Fazenda Santa Dalmácia.''
A partir disso, dois arqueólogos de Curitiba foram contratados para o trabalho de campo. O conhecimento sobre os fragmentos despertou a curiosidade da arqueóloga Cláudia Inês Parellada, que deu início a uma pesquisa mais detalhada. ''Meses atrás ela nos informou que ali tinha sido descoberta uma missão jesuítica, fundada em 1625 e que provavelmente foi abandonada ou destruída pelos bandeirantes em 1631.''
A presença dos jesuítas na fazenda tinha o objetivo de evangelizar os indígenas. É por isso que eles se instalavam perto de grandes aldeias, chegando a construir igrejas, cemitérios e casas de padres, com apoio da coroa espanhola. Além desses ensinamentos religiosos, eles também ensinavam noções de agricultura e marcenaria aos índios. (M.O.)