Poucos meses após o nascimento de Gabriel, a mãe Luciana Fattori Pedrozo Takahira percebeu que ele tinha um comportamento diferente. ''Aos três meses eu não conseguia fazer com que o Gabriel interagisse comigo. Por mais que chamasse atenção ele sempre desviava o olhar.''
Depois, Gabriel demonstrou que preferia brincar sozinho do que em grupo, não interagia com os colegas do maternal e não concluía as atividades propostas pela professora. ''Ele sempre foi um aluno isolado e começamos a receber queixas da escola porque às vezes se tornava agressivo com os demais'', diz.
Luciana conta que procurou saber o que o filho tinha e a psicóloga da escola começou a desconfiar de autismo quando o menino já tinha sete anos. Dois anos, vários exames e um diagnóstico incorreto depois, Gabriel foi diagnosticado com a Síndrome de Asperger, o tipo mais comum de autismo. Além disso, a psicóloga, a psicopedagoga e o neuropediatra que acompanharam o caso concluíram que ele também tem déficit de atenção, mas não apresenta hiperatividade e possui inteligência normal. De acordo com o pai, Osório Takahira, quando criança, Gabriel tinha muita habilidade com os jogos de montar e hoje é um ótimo desenhista.
Após identificar o autismo, a família decidiu ir até a escola e conversar com a turma. ''Ficamos com receio no início porque ele era alvo de bullying, mas depois que explicamos o que ele tinha, as crianças passaram a vê-lo de outra forma'', conta Luciana.
Como qualquer adolescente de 13 anos, Gabriel tem suas ''malandragens'', como define a mãe. ''Tenho dificuldade em saber até onde é o Asperger e onde começa a indisciplina.'' Segundo ela, o filho é aficcionado por videogames e foram estipuladas regras para que ele possa jogar sem prejudicar os estudos. Atualmente, a vida em família é tranquila. Gabriel convive bem com os pais e os irmãos Giuliana, 11 anos, e Gean, 6. ''Quando olho para ele penso que vai dar tudo certo. O Gabriel é um ótimo menino''. (M.A.)