A secretária de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, avalia que a mudança da carga horária dos alunos da rede pública de quatro para cinco horas diárias (de 20 para 25 horas por semana) deverá representar um salto muito grande na qualidade da educação. "Londrina tem um Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ótimo, de 6,5. O maior no País é 8.1. Não estamos longe, mas estamos longe dos dez pontos. Então, para você atingir a excelência, você tem que fazer alguma coisa diferente e é isso o que a gente está propondo."

Com as alterações, o município também pretende unificar o currículo em todas as escolas da rede. Hoje, alguns estabelecimentos oferecem aulas de inglês outros, de empreendedorismo, por exemplo. "Vamos promover a equidade na cidade inteira. Os alunos de todas as escolas aprenderão da mesma forma, todos terão a mesma formação e todos terão a possibilidade de avançar junto", frisou a secretária.

Se a Secretaria de Educação avaliar como viável a proposta, as alterações seriam implementadas a partir de 2019, mas Moraes adiantou que não é necessária a adesão de todos os professores para que a extensão da carga horária possa acontecer. "A gente precisa saber quantos vão aderir e qual o impacto em todas as esferas, jurídica, previdenciária e financeira."

SINDSERV
Desde abril, uma comissão formada por representantes da Secretaria Municipal de Educação, Conselho Municipal de Educação e Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina) avalia a proposta de extensão da jornada de trabalho para os professores da educação e infantil e básica do município para tornar viável a ampliação da carga horária dos alunos.

O presidente do Sindserv, Marcelo Urbaneja, informou que nesta sexta-feira (28) o assunto será discutido no sindicato durante uma OLT (Organização por Local de Trabalho), com um representante de cada uma das escolas municipais. "Eu acho que toda ação que é feita no sentido de melhorar a educação é bem-vinda, mas diante dos problemas enfrentados pela prefeitura hoje não sei se vai ser possível colocar em prática. Estamos falando de um crescimento de, no mínimo, 25% na folha de pagamento. Acho que antes deveria ser feito um estudo financeiro para ver se a mudança é viável se não você cria uma expectativa que pode ser frustrada lá na frente por uma questão financeira."

Segundo a secretária, o impacto financeiro da mudança ainda não foi calculado, mas ela adiantou que o investimento será apenas no pagamento das horas extras aos professores. "A gente já usa vários espaços de formação e nossa equipe de formação é muito boa", esclareceu. "As pessoas pensam que se todo mundo migrar para a carga horária nova, vai aumentar 50% da folha de pagamento, mas não é essa a conta que se faz porque tem um ganho imenso de não pagar mais horas extras e do professor não trabalhar mais sobrecarregado."