Dois índios que mataram um outro próximo ao antigo Centro Cultural Caingangue, em Londrina, há cinco anos, estão ''presos'' nos limites da Reserva Apucaraninha. Este tipo de prisão especial, em muitos casos, é concedida pela Justiça como forma de prevenir excessos.
O crime aconteceu em agosto de 2003. Dirceu ''Croi Croi'', da Reserva
Rio das Cobras, de Guarapuava, foi golpeado na cabeça por dois índios de Apucaraninha. O inquérito foi feito pela Polícia Federal que, depois, repassou à Justiça Estadual, a qual acusou os dois por homicídio doloso. No primeiro depoimento na PF, eles declararam que pretendiam vingar a morte de um de parente de Bonifácio, que teria envolvimento da vítima. Acusados pelo assassinato, os índios cumprem prisão na própria reserva, de onde só saem com autorização judicial.
O procurador federal Derli Cardozo Fiuza aponta que a Justiça do Paraná é sensível às particularidades envolvendo crimes cometidos por índios. Mas ele afirma que já defendeu presos que ficaram em prisões comuns até serem julgados. A coordenadora do Programa Caingangue pela Secretaria de Ação Social de Londrina, Marlene de Oliveira, reforça que hoje em dia muitos casos de crimes entre indígenas são denunciados à Polícia pelos próprios índios. (L.A.)