Londrina – Para despertar a consciência para a diversidade, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Valéria Veronesi, na região central de Londrina, promove esta semana a terceira edição da "Feira das Coisas", nome sugerido pelas próprias crianças. Este ano, o evento apresenta elementos das culturas africana e indígena para os 390 alunos com idades entre 0 e 5 anos. De acordo com a diretora Viviane Bergamini Fonteque, as crianças assimilaram as culturas por meio de vivência, tendo contato com vários aspectos, como a produção de utensílios, instrumentos musicais, acessórios.
Enquanto os alunos maiores faziam trabalhos manuais, ensaiavam danças, os menores eram envolvidos pelas culturas por meio de músicas. "São sons diferentes, que privilegiam os instrumentos de percussão, o ritmo, elemento mais básico da música que já é assimilado pelos pequeninos", explicou a diretora. "Desta forma eles fogem um pouco do tradicional e já aprendem realidades distintas", completou.
Ontem, o índio guarani Paiakan, da Terra Indígena do Apucaraninha, de Tamarana (Região Metropolitana de Londrina) faria uma apresentação musical, mas sofreu um acidente de carro na Avenida Tiradentes (zona oeste). Ele passa bem e a apresentação será reagendada, mas ainda não há data definida.
De acordo com a professora da Equipe de Apoio de História e Cidadania, Eliane Candotti, a ideia é desconstruir a ideia do indígena selvagem, entre outros aspectos. Com o tema "A Cor da Arte", os alunos das 21 turmas produziram os materiais que seguem expostos até sexta-feira. As máscaras africanas se destacavam em meio à exposição. Parte do conteúdo foi produzido pelos alunos da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, da zona sul de Londrina.
Da cultura indígena, os alunos puderam tomar o guaraná caseiro. O gosto, bem diferente do refrigerante, agradou alguns, mas não fez mais sucesso que o milho e a tinta feita da semente do urucum. "Eles se divertiram muito e aprenderam ao mesmo tempo", ressaltou Viviane.
Já a cultura africana foi representada em duas oficinas de penteados: birotes, com Teresa Mendes de Souza Altina, e tranças nagô, com a professora Maria Elvina Alves Moreira, além de contação de histórias.