Imagem ilustrativa da imagem Curso de Medicina completa 50 anos em Londrina
| Foto: Ricardo Chicarelli



Em 1967, há exatos 50 anos, nascia o curso de Medicina de Londrina, na época, Faculdade de Medicina do Norte do Paraná. De lá para cá, o curso acompanhou o crescimento da cidade e, hoje, é considerado um dos 10 melhores do país, segundo as últimas edições divulgadas pelo Guia do Estudante – Melhores Universidades, da Editora Abril.

Na manhã deste sábado (16), foi realizada uma homenagem reunindo alguns dos alunos da primeira turma, professores e médicos da época, na Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina), onde foi estabelecido o primeiro hospital-escola de Medicina de Londrina, de 1967 a 1971. "Pioneira no ensino de saúde em Londrina, a Iscal ofereceu infraestrutura inicial ao curso. Antes, em 1960, já havia inaugurado a primeira escola de cursos técnicos em saúde, o Centro de Educação Profissional Mater Ter Admirabilis. Atualmente, são 16 residências reconhecidas pelo MEC", lembra o superintendente Fahd Haddad que estudou na primeira turma.

Aos 90 anos, o médico Ascencio Garcia Lopes foi um dos principais responsáveis pela criação do curso. Formado em 1955 pela USP (Universidade de São Paulo), voltou à Londrina para atuar e ajudar na formatação do centro de referência médica que a cidade se tornou.

"Em 1965, quando assumi a presidência da AML (Associação Médica de Londrina), a primeira ação a qual me dediquei foi a de criar um curso de medicina, pois muitas pessoas talentosas saiam daqui para estudar. Londrina já tinha condições de abrigar um curso à altura de sua pujança e reter esses profissionais. Foi um desafio que valeu a pena. Sabia do potencial, mas não imaginava essa dimensão". Além de articulador e fundador da Faculdade de Medicina, Lopes também foi um dos responsáveis pela fundação da UEL (Universidade Estadual de Londrina), instituição na qual foi o primeiro reitor.

A passos largos, o curso caminhava rumo à expansão e início de várias especialidades. Portanto, da pequena ala da Iscal, enquanto a parte básica – como Fisiologia e Anatomia – era ministrada no prédio de Odontologia (anexo ao Colégio Estadual Hugo Simas), o hospital-escola foi transferido para a antiga sede do Hospital Evangélico, onde atualmente funciona a Cohab (Companhia de Habitação de Londrina).

O diretor nessa época, o médico Lucio Marchese, teve a incumbência de driblar as limitações, sobretudo, orçamentárias, para que os alunos tivessem uma formação adequada e a população, atendimento de qualidade. "Em uma parceria com o município, lá também eram realizadas as atividades do Pronto Atendimento Municipal que garantia recursos. Em pouco tempo, demos início ao estágio de internato e à primeira residência médica. A fundação do curso de medicina na cidade e o seu desenvolvimento, certamente, é responsável por este cenário médico que é referência em todo país".

Primeira presidente mulher da AML, Beatriz Emi Tamura ressaltou a importância do curso em sua formação e admiração por profissionais que lutaram para que isso acontecesse. "Tudo o que vemos hoje é resultado dessas pessoas que não mediram esforços há 50 anos. Muitos foram, inclusive, meus professores, com os quais aprendi o respeito, ética, honestidade e amor ao próximo. Espero que consigamos continuar transmitindo esses mesmos valores aos jovens que estão ingressando na carreira".

Coordenadora do colegiado do curso de Medicina da UEL, Ligia Martin comentou sobre o DNA dos profissionais da cidade que continua se perpetuando. "O grande aprendizado, além do senso de responsabilidade, é que o medico deve sempre continuar estudando. E esses profissionais deixaram esse legado aos alunos", finaliza.