César AugustoDeterminaçãoJacqueline com o irmão Wagner Antonângelo: ‘Exijo tratamento de primeira para ele em qualquer lugar’Insatisfeita com o tratamento dado pela Clínica Psiquiátrica Londrina, Jaqueline Antonângelo levou o caso de seu irmão ao promotor de Direitos e Garantias Constitucionais, Paulo Tavares. A clínica, agora, terá que se responsabilizar pelo paciente, arcando com as despesas do tratamento.
‘‘Como Wagner estava internado quando se machucou, pressupõe-se que houve falha da clínica e o que fizeram foi dar uma Kombi para transportar o doente’’, diz o promotor. Wagner terá que ficar engessado por 90 dias. Diante do peso do paciente - quase 150 quilos - o médico recomendou um material mais leve para que ele possa se movimentar com maior facilidade. Como o Sistema Único de Saúde (SUS) não paga esse tipo de material, a clínica ficou responsável pela compra da tala de gesso acrílica.
Como Wagner ficará com a família nesse período, as fraldas descartáveis usadas durante a noite também serão pagas pela clínica, que ainda ficou encarregada de pagar o aluguel de uma cadeira de rodas.
Jaqueline afirma que a ajuda a ser dada pela clínica é ‘‘o mínimo que se poderia esperar’’. ‘‘Se eu tivesse ficado quieta em casa, não teria conseguido nem um analgésico para o meu irmão. Mas eu exijo atendimento de primeira qualidade para ele em qualquer lugar.’’
Além de estipular a ajuda material ao tratamento de Wagner, o promotor afirma ter alertado a clínica que, se casos semelhantes voltarem a acontecer, ela terá que assumir todas as responsabilidades. ‘‘A família não pode sair desesperada em busca de atendimento num caso desse. Isso não pode se repetir’’, afirma Pauloz Tavares.
A assessora administrativa da Clínica Psiquiátrica Londrina, Irani Martins, afirma que a ajuda dada a Wagner é inédita na clínica. ‘‘Em 17 anos que estou aqui nunca tivemos um problema parecido’’, diz. Segundo ela, Wagner saiu da clínica acompanhado de uma auxiliar de enfermagem, como acontece com todos os pacientes que precisam de atendimento clínico externo. ‘‘Nosso funcionário só deixa o paciente quando ele já estiver internado em um hospital’’, afirma. Irani diz que, ao saber que o Ortopédico não poderia atender, ela estava providenciando atendimento no Alto da Colina, que estava de plantão. ‘‘Mas a Jaqueline não quis, preferindo o HU. Então levamos Wagner até lá, mas a enfermeira foi junto.’’