Funcionários do Ambulatório do HU reclamam que furtos de carros são frequentes
Funcionários do Ambulatório do HU reclamam que furtos de carros são frequentes | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro



A insegurança tem feito parte da rotina de funcionários e usuários de unidades de saúde em Londrina. Os constantes casos de furtos e roubos vêm tirando o sossego destas pessoas, que acabam perdendo veículos e objetos de valor, além colocarem a vida em risco. No Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário, que fica no campus da UEL (Universidade Estadual de Londrina), na zona sul, a situação está no "limite", segundo os residentes.

"Nos últimos quatro meses temos registrado muitos assaltos no estacionamento de funcionários do ambulatório. Todos com roubos de carros, sendo que sete foram a mão armada. Viemos para prestar um serviço à comunidade e encontramos esta clima ruim. Como vamos ficar tranquilos se podemos voltar e encontrar alguém levando algo que você demorou tanto para conquistar?", questiona Eilson Andrade Barbosa Júnior, residente de cirurgia.

Em um dos casos mais recentes, uma residente viveu momentos de tensão, quando teve um revólver apontado para a cabeça durante um assalto, que culminou com a perda de seu carro. "Estamos sem segurança para poder trabalhar. Não dá para ficar deste jeito. É desagradável e atrapalha todos nós para chegarmos e sairmos. Alguém precisa fazer alguma coisa", desabafou a jovem, que preferiu não ter o nome divulgado.

A situação fez com que cerca de 50 servidores do ambulatório assinassem um abaixo-assinado pedindo solução. O documento foi entregue ao setor administrativo e colegiado da UEL. "Todo mundo está inseguro e não vemos nenhuma resposta ou atitude concreta. Ninguém fiscaliza este espaço e enquanto isso pessoas estão sujeitas a ficar em risco, podendo se machucar ou até algo mais grave", alerta Barbosa Júnior.

Para os residentes, a solução seria a recolocação de cancelas e a reativação da guarita com seguranças da universidade no estacionamento. "Com isso terá um controle maior de quem entra e sai, além de inibir qualquer tipo de ato criminoso. Existe ainda um projeto de cercar o local, porém isso nunca saiu do papel. Sentimos que nossos direitos são violados", dizem.

Cartaz alerta usuários da UBS do jardim Guanabara
Cartaz alerta usuários da UBS do jardim Guanabara



UBS
Na UBS (Unidade Básica de Saúde) do jardim Guanabara, próximo à avenida Higienópolis, também na região sul, a quantidade de furtos de objetos do interior de veículos de pacientes e de funcionários fez com que um aviso fosse colocado no local. O papel colado na UBS, visto pela reportagem na semana passada, pede para as pessoas "não deixarem pertences, principalmente bolsas, dentro dos carros. Motivo: arrombamentos frequentes."

Os crimes costumam acontecer no período vespertino e sempre nas ruas laterais e nos fundos da unidade. "Começamos a perceber este tipo de furto em janeiro. Com o tempo diminuiu, porém ainda existem registros. É recorrente encontrar usuário do posto reclamando que foi alvo de criminosos. A questão é que não podemos fazer nada, então o aviso foi uma forma de tentar evitar que pessoas passem por este tipo de situação", contou uma funcionária.

Em uma volta pelo quarteirão da UBS, são vários os pontos com cacos de vidro quebrados de veículos pelo asfalto e meio-fio. De acordo com o pensionista Janir Funes, um grupo seria o responsável por realizar os furtos. "Eles ficam rodeando aqui e observando. Quem deixa o carro distante é certo que quando voltar do atendimento vai encontrar arrombado", reconhece. "Eu procuro estacionar o meu sempre em um local que consigo ver para não entrar na estatística", completa.

Reunião vai discutir criminalidade em universidades

Nas instituições de educação de Londrina, os crescentes casos de roubos e furtos também vêm preocupando a comunidade escolar. Uma reunião pública será realizada na sexta-feira (8), às 14h, na Câmara de Vereadores, com o objetivo de buscar soluções e prevenir o problema. O encontro vai reunir dirigentes de universidades públicas e particulares, representantes dos centros acadêmicos e das forças de segurança do município e está sob a coordenação do vice-presidente Comissão de Educação, Cultura e Desporto, vereador Professor Rony (PTB).

A violência nas imediações e até dentro dos campi das universidades vinha sendo debatida de forma pontual pelos vereadores e comunidades acadêmicas. A ideia agora é unir forças e buscar soluções conjuntas. "Pretendemos envolver a Polícia Militar e a Guarda Municipal para promovermos inclusive ações preventivas, com palestras no início de cada ano letivo e definição de um protocolo de segurança para ser repassado aos alunos", explicou o vereador.

'Trabalhamos com três frentes para garantir segurança'

O prefeito do campus da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Dari de Oliveira Toginho Filho, informou que é de conhecimento da instituição as ocorrências no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário, mas em uma quantidade baixa. Segundo ele, as estatísticas apontam que dos 11 casos relacionados à segurança de toda a instituição nos últimos 45 dias, somente três foram na região do ambulatório.

"De janeiro até a primeira quinzena de outubro foram 36 casos de crimes na universidade, que incluem roubos, furtos e vandalismo. Somente nestes últimos meses que vimos um aumento, mas que diminuiu nos últimos dias", disse. Para Toginho Filho, o crescimento da criminalidade no campus coincidiu com a falta de patrulhamento da Polícia Militar, que tem ajudado na segurança das principais vias e pontos de ônibus ao longo da UEL.

O prefeito do campus ainda ressaltou que o trabalho de segurança precisa ser na universidade como um todo e não somente em um setor. Ele descartou a possibilidade de cercar o estacionamento do ambulatório neste momento por falta de orçamento. "Trabalhamos com três frentes para garantir à segurança: monitoramento com o uso de câmeras, patrulhamento institucional dos nossos servidores e o apoio dos órgãos de segurança pública", elencou. Segundo ele, caso alguém da comunidade universitária passe por alguma situação de criminalidade deve avisar a Divisão de Segurança.

Em relação aos furtos na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Guanabara, o secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, disse que uma reunião foi realizada em agosto justamente para debater a situação. Representantes da Polícia Militar estiveram presentes, além da comunidade local e funcionários. "Vimos que próximo tem um prédio abandonado e que se transformou em mocó. A partir disso começamos a intensificar o patrulhamento e não tivemos mais reclamações", defendeu. "Mas se estiver voltando esta situação, reforçamos novamente a segurança", completou.

O secretário de Saúde foi procurado pela reportagem durante dois dias, mas a informação no gabinete é que ele estava em viagem.