Junto com o Réveillon, os meses de junho e julho, quando são realizadas as tradicionais festas para homenagear São João, Santo Antônio e São Pedro, são as épocas do ano com mais ocorrências com fogos de artifício no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 2008 a 2016, 4.577 pessoas foram internadas para tratamento por acidentes com fogos de artifício, com destaque para os estados da Bahia (961 hospitalizações), São Paulo (850) e Minas Gerais (640). O Paraná é o sétimo nessa lista, com 166 ocorrências neste período.

O tema é tão importante que a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) está em campanha para alertar as pessoas sobre o perigo do manuseio destes materiais. "Em média, são registradas cerca de 85 internações no Brasil somente no mês de junho. É um número bastante alto", alerta o ortopedista Paulo Marcel Yoshii, especialista em cirurgia da mão e membro da SBCM.

"É preciso ter muito cuidado com essa atividade. É importante saber manusear e seguir corretamente o protocolo indicado na embalagem do material. Caso contrário, as consequências podem ser irreversíveis", reforça o ortopedista de Londrina. "São bastante comuns nestes casos a amputação de dedos ou até mesmo da mão. E uma explosão mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço. Lesão desse porte podem impedir, inclusive, a pessoa de levar uma vida normal", acrescentou. Os fogos também podem provocar queimaduras, lesões nos olhos e até surdez.

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Ainda com relação ao manuseio, é importante não segurar o rojão com as mãos, mas prendê-lo em uma armação, cerca ou muro; soltar fogos apenas em locais seguros, nunca embaixo de caixas ou latas. Jamais carregue bombinhas no bolso e ao guardar fogos em casa, mantenha-os em local seco, longe de fogões, isqueiros e do acesso de crianças.

Nas últimas duas décadas, 197 pessoas foram vítimas fatais de acidentes por queima de fogos, em todo o País. As pessoas mais atingidas tinham idades entre 20 e 49 anos – 37% dos óbitos registrados entre 1996 e 2015. Entre as crianças e adolescentes de zero a 19 anos, o percentual de óbitos foi de 21%. "Em hipótese alguma se deve permitir o acesso de menores de 18 anos a qualquer tipo de fogos de artifício, tampouco associá-lo ao uso de bebidas alcoólicas", orientou Yoshii.

Ele acrescenta que, em caso de acidente, as pessoas devem procurar o serviço de saúde mais próximo, para atendimento médico adequado. "Se possível, lave o ferimento com água corrente, evite tocar na área queimada e não use nenhuma substância sobre a lesão – como manteiga, creme dental, clara de ovo e pomadas", recomenda.

PREVENÇÃO
Entre as dicas da SBCM para evitar acidentes estão: participe de queimas de fogos públicas, pois são mais seguras; só compre fogos de artifício em lojas especializadas e certificadas; escolha artefatos menos explosivos e de fácil manuseio e não se esqueça de conferir o certificado de garantia e validade do produto; opte por artefatos que venham com a base de encaixe para ser fixados no chão.

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