Rafael Galdino de Godoy foi assassinado exatamente quatro anos depois da morte da auxiliar de enfermagem Suely Aparecida de Souza. Ela foi atingida por uma bala perdida no dia 30 de março de 2007, enquanto jantava com a família em uma pizzaria da Zona Sul de Londrina. Ontem, pelo quarto ano consecutivo, familiares e funcionários do Hospital Universitário (HU), onde Suely trabalhava, realizaram o Manifesto Pela Paz no saguão do complexo médico.
O objetivo, de acordo com a organizadora do evento Maria Helena Sabatini, é sensibilizar a comunidade hospitalar sobre as consequências da violência. ''É um assunto que faz parte da nossa rotina e, por isso, acaba sendo banalizado'', disse.
Mãe de Suely, Maria do Socorro de Souza participou do manifesto. Com lágrimas nos olhos, ela contou que sempre se emociona quando recorda da imagem da filha estendida no chão. ''Até hoje sinto medo de sair à noite para jantar com a minha família. Nunca mais entrei naquela pizzaria, porque a primeira imagem que tenho é de minha filha estendida no chão. Dói muito'', relatou.
Quatro anos depois da morte de Suely, ela se entristeceu ao saber que a violência urbana havia vitimado outro jovem. ''Nesses quatro anos, o que aconteceu para diminuir a violência? Eu me pergunto isso. Enquanto as pessoas de bem moram em casas cheias de grades e alarmes, há assassinos soltos. A gente precisa acreditar que a paz é possível'', disse.
Querida pelos pacientes do setor de Hemodiálise do HU, onde trabalhava, Suely foi lembrada ontem através da visita de Maria do Socorro, que levou presentes a todos. ''Ela era alegre e carinhosa. É assim que deve permanecer na nossa lembrança.''
O evento de ontem contou com a participação de alunos da creche do HU, que apresentaram uma coreografia sobre a importância da paz. Além disso, produziram cartazes sobre o tema, que estarão expostos no saguão de entrada do hospital junto com 23 cartazes com imagens e mensagens de paz resultantes de um concurso patrocinado pelo Lions Club Internacional.