Imagem ilustrativa da imagem Aliado contra a pressão alta


Anualmente, 300 mil brasileiros morrem vítimas da hipertensão. O número de pessoas que sofrem com a doença aumentou 14,2% em dez anos, passando de 22,5%, em 2006, para 25,7%, em 2016. Os dados são do Ministério da Saúde (MS), que promove nesta quarta-feira (26) o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, como forma de alertar a população sobre o perigo deste mal silencioso.

Cigarro, sedentarismo, obesidade, má alimentação e álcool estão entre as principais razões que elevam o número de pessoas com hipertensão. Os maiores sintomas estão relacionados a dores no peito e de cabeça, tontura, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. A grande maioria, porém, só descobre que é hipertensa ou que tem disposição para tê-la quando já está com o problema.

Segundo o cardiologista Ricardo Rodrigues, campanhas, como a desta quarta-feira, são uma das formas de colaborar na diminuição do número de hipertensos no Brasil, visto que a previsão é que até 2025, a quantidade de pessoas com a doença no País aumente 80%. "Autoridades públicas e toda a sociedade devem se conscientizar e iniciar a prevenção e o tratamento para evitar a pressão alta. Enquanto as pessoas estiverem comendo errado e engordando, será difícil chegar a um cenário mais positivo", projeta.

Rodrigues aponta a prática de exercícios físicos como uma das formas uma eficazes para aqueles que querem evitar a hipertensão e para quem já sofre com a doença. "É importante realizar uma avaliação prévia antes de começar para saber quais condições cardiorrespiratórias, bem como ortopédicas, do paciente. Uma pessoa, por exemplo, que tem risco cardiológico alto, e problemas de articulação, só terá mais problemas se escolher uma modalidade como a corrida", alertou o especialista do Centro do Coração de Londrina.

O educador físico Gabriel Bento, especializado em Fisiologia do Exercício, ressalta que a atividade física também funciona como um remédio para quem precisa tratar a pressão alta. "O exercício físico bem feito é um ótimo medicamento. Com isso, da mesma forma que o remédio precisa ser adequado para cada tipo de individuo, também temos que analisar caso a caso para que a pessoa que vai fazer a atividade física tenha tempo de descanso necessário e carga correta, entre outros quesitos, para que ela seja tão eficaz quanto", compara.

A atenção quanto o local em que o exercício será feito e um acompanhamento médico posterior precisam ser levados em conta no momento da escolha do esporte que será desenvolvido, para que não aconteça o efeito contrário. Entre as atividades mais recomendadas a este público estão a musculação, alongamento e exercícios aeróbicos, de circuito e funcionais. "De todos o mais importante é a musculação, pois além de ter um função musculoesquelética, também têm uma proteção cardiovascular", informa. "Mas isso vai de casa a caso", completa o profissional do Pró Saúde.

Quando a pessoa busca praticar o exercício físico como forma de combater a hipertensão, ela também não pode se esquecer que este tipo de ação precisa ser contínua. "A atividade vai gerar um efeito agudo, que vai fazer o efeito crônico permanecer. A partir do momento que tira esse efeito inicial, os sintomas que existiam antes vão voltar e a pessoa fica sem tudo o que conquistou, perdendo também massa muscular, o que acaba sobrecarregando o coração".