ALERTA - Vacinação contra a dengue pode afetar estoque do Hemocentro

| Foto: Celso Pacheco

Além dos hospitais de Londrina, o Hemocentro abastece unidades de saúde de outros 16 municípios

A coordenação do Hemocentro Regional de Londrina, do Hospital Universitário de Londrina, alerta os doadores de sangue que irão receber a vacina contra a dengue para que façam a doação antes de serem imunizados. Após a vacinação, deve haver um intervalo de quatro semanas para que a doação de sangue possa voltar a ocorrer e a preocupação da unidade é que os estoques caiam significativamente neste período. Em Londrina, a campanha de vacinação se estende ao público entre 15 e 27 anos, faixa etária que concentra, em média, 30% dos doadores do Hemocentro do HU.
"Todos nós queremos que a campanha contra a dengue seja um sucesso, mas o Ministério da Saúde não previu isso. Pedimos aos doadores que estão na faixa etária de cobertura da vacina que venham doar antes de receberem a vacina", ressaltou o coordenador do Hemocentro do HU, Fausto Trigo. O médico lembra que há alguns anos, quando foi feita a campanha de vacinação contra a febre amarela, a unidade enfrentou o mesmo problema. "Quatro semanas de queda nas doações seria terrível para os estoques do nosso banco de sangue. Se acontecer uma catástrofe, o que temos seria suficiente apenas para duas semanas", destacou. No momento, o Hemocentro tem baixo estoque de sangue tipo A negativo e O negativo.
O intervalo de quatro semanas é necessário, segundo Trigo, porque a vacina contém o vírus vivo inativado. "Em uma pessoa saudável, não tem problema esse vírus circular na corrente sanguínea, mas para uma pessoa debilitada, mesmo sendo o vírus inativo, pode ter consequências."
O sangue é um produto biológico e perecível, com prazo de validade, o que impossibilita a estocagem em grandes quantidades. "Temos que estocar o máximo para não jogar fora o sangue. Não tem muita margem de segurança", explicou o coordenador do Hemocentro.
Além dos hospitais de Londrina, o Hemocentro do HU abastece unidades de saúde de outros 16 municípios localizados na área de abrangência da 17ª Regional de Saúde. "Por isso esse apelo para que as pessoas doem sangue antes de receberem a vacina contra a dengue cabe ao Estado todo. Em Londrina, pode haver uma queda de 30% nas doações e nosso estoque ficar no vermelho", disse Trigo. Mensalmente, o Hemocentro recebe mil doações.

ESTADO
Diretor-geral do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Paulo Roberto Hatschbach acredita que no Estado a vacina pode contribuir para uma queda nos estoques dos bancos de sangue, mas garantiu que não vai faltar sangue para os pacientes que necessitam de transfusões. "Cerca de 50% dos doadores do Estado têm entre 25 e 50 anos, faixa que está fora da abrangência da vacina na maioria dos 30 municípios onde acontece a campanha (em Assaí e Paranaguá, a faixa etária vai de 9 a 44 anos)", salientou. "Também podemos convocar doadores em outras faixas de idade para suprir nossa demanda. Não queremos desestimular a vacinação", destacou Hatschbach. O Hemepar atua em rede, formada por 22 unidades localizadas na capital e no interior do Estado.
Para doar sangue, é preciso ter entre 18 e 65 anos (para quem vai doar pela primeira vez) ou 70 anos incompletos (para quem já é doador) e levar um documento oficial com foto. O horário de atendimento do Hemocentro do HU é de segunda a sexta-feira, das 13 às 18h30 e aos sábados, das 8 às 17h30. A unidade de coleta de sangue também faz agendamentos para grupos de doadores. O Hemocentro fica na Rua Cláudio Donisete Cavaliere, 157, no prédio anexo ao HU (zona leste). Mais informações pelos telefones (43) 3371-2218 e (43) 3371-2356.

ATÉ SETEMBRO
A campanha de vacinação contra a dengue segue até o dia 3 de setembro em 30 municípios. Em Paranaguá e Assaí a faixa etária a ser vacina é de 9 a 44 anos, 11 meses e 29 dias. Nos outros municípios, podem ser imunizados moradores de 15 a 26 anos, 11 meses e 29 dias: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Tapira, Santa Izabel do Ivaí, Cruzeiro do Sul, Santa Fé, Munhoz de Melo, Marialva, Paiçandu, São Jorge do Ivaí, Maringá, Mandaguari, Sarandi, Iguaraçu, Ibiporã, Jataizinho, Porecatu, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Londrina, Sertanópolis, Leópolis, São Sebastião da Amoreira, Itambaracá, Cambará e Maripá. (Leia mais na pág.2)