Imagem ilustrativa da imagem 2,7 mil viagens de SuperBus
| Foto: Fábio Alcover
A circulação do SuperBus faz parte da primeira fase de implantação do novo sistema de transporte



Os SuperBus – veículos utilizados no transporte coletivo de Londrina - completaram um mês de atividade no último domingo (24). A reportagem circulou em alguns desses ônibus e conversou com os usuários. A avaliação tem sido bastante positiva. A frota nova é composta de oito carros: dois articulados, de 19 metros, e seis convencionais, de 13,20 metros.
O médico cubano Mariano Otero, de 61 anos, pega o transporte todos os dias do Terminal Central em direção à Unidade Básica de Saúde do Jardim Tókio (zona oeste). "O ônibus é muito confortável. É muito melhor do que o convencional", resume, elogiando a frequência dos ônibus. "Eles passam de 25 em 25 minutos; é o suficiente."
A estudante Daniele Alfredo é só elogios e só lamenta que os monitores de TV de 14 polegadas disponíveis no veículo não funcionem. O assessor executivo de Assuntos Especiais da Prefeitura, Carlos Geirinhas, relata que os equipamentos só funcionarão em 2018. "Esses monitores veicularão anúncios que seriam geridos pela empresa concessionária e também informativos da prefeitura, mas ainda não existe um contrato para que eles possam utilizá-los. Esse novo contrato só será firmado em 2018", expôs.
Já a atendente de funeral Maria Leonilce, de 66, afirma que a prefeitura deveria divulgar melhor os itinerários e o próprio serviço. "Todas as vezes que eu pego o ônibus ele está vazio; é uma pena um ônibus tão grande circular com pouca gente desse jeito", observou, elogiando o conforto e o baixo nível de ruído em relação aos veículos convencionais.
Geirinhas afirma que a questão da informação dos itinerários e dos locais de baldeação serão supridas com a implantação dos pontos de ônibus. "Será como no Metrô de São Paulo. O usuário terá a informação no próprio ponto de embarque", garantiu. Ele afirmou que no próximo mês os primeiros pontos já devem estar implantados. Sobre a necessidade de novas linhas, ele afirmou que esse estudo só será possível depois da implantação da central de monitoramento desses veículos. "Só com esses dados poderemos avaliar a necessidade de expansão."
Outro aspecto importante dos novos ônibus são as câmeras de segurança implantadas nas entradas e saídas dos veículos e que serão monitoradas pelo motorista de ônibus. Por meio delas será possível controlar melhor os acessos e, em caso de assalto, a imagem do assaltante ficará registrada para registro de boletim de ocorrência. "Vai melhorar a segurança dos funcionários e também dos usuários", afirmou Geirinhas.
Em um mês, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) calcula 2,7 mil viagens, com cerca de 93 mil usuários atendidos pelo Superbus. De acordo com a CMTU, a linha com maior demanda de passageiros é a 803 – Vivi Xavier/Shopping Catuaí, com 31.200 clientes. "Esse resultado era esperado pela característica diametral que a linha possui, ou seja, interliga uma região à outra da cidade sem a necessidade de passar pelo Terminal Central. Neste caso, a linha é utilizada, majoritariamente, por pessoas que residem na zona Norte e trabalham ou estudam na zona Sul", explicou o gerente de Transportes da companhia, Wilson de Jesus.
Londrina conta com 432 veículos do transporte coletivo, atendendo aproximadamente 80 mil usuários por dia nas zonas urbana e rural.

Bases
O transporte coletivo baseado no sistema europeu BHLS (Bus with High Level of Service) ainda está em sua primeira fase de implantação em Londrina, na qual estão previstos a implantação de linhas com 27 km de abrangência, 87 pontos e 100 módulos. Também estão previstos 15 km de ciclovias, quatro ampliações de terminais e um viaduto. Em todas as suas fases o SuperBus prevê a cobertura de 70 km de extensão, 225 abrigos, 40 km de ciclovias, 3 viadutos e cinco terminais em suas duas fases.
Ainda estão previstas adequações do pavimento por onde circulam os veículos, a implantação de pisos de concreto armado em frente aos pontos de ônibus e a instalação de uma sala de comando de operação de ônibus que estará interligada com os semáforos, dando prioridade aos ônibus nos cruzamentos. "Essa central deve ser implantada até o fim de 2018", garantiu Geirinhas.
O maior desafio, segundo Geirinhas, são as questões de infraestrutura. "As bases dos pisos dos pavimentos por onde circulam os ônibus estão bastante frágeis. Em boa parte são de paralelepípedos, mas por baixo está bastante deteriorado. Outra dificuldade tem sido a implantação do viaduto da Avenida Dez de Dezembro com a Avenida Leste-Oeste, que exige muitos detalhes técnicos", apontou. Mesmo assim, Geirinhas ressalta que os elogios sobre o Superbus têm sido superiores às críticas. "No verão as pessoas vão sentir mais a diferença, com o ar-condicionado. Além disso, todos os ônibus contam com Wi-Fi e eles têm funcionado bem", apontou.