Segmento responde por apenas 4% do mercado total de motos, mas movimenta cifras significativas
Segmento responde por apenas 4% do mercado total de motos, mas movimenta cifras significativas | Foto: Ricardo Chicarelli



Depois de quatro anos de alta, os modelos premium tiveram uma queda nas vendas em 2016. Em 2011, foram vendidas 46,2 mil motos, número que foi a 48,9 mil em 2012, a 50,9 mil em 2013 e a 56,1 mil em 2014. No ano seguinte, caiu para 53,4 mil e, em 2016, para 40,1 mil. "O mercado de luxo caiu em todas as cilindradas", afirma José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Mononetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

O segmento responde por apenas 4% do mercado total de motos, mas movimenta cifras significativas. São produzidas em torno de 50 mil unidades ano. "Esse é um mercado interessante para os financiamentos, pois atrai um consumidor com perfil mais maduro", comentou Gonçalves.

Apesar do desempenho negativo do ano passado, o setor acredita que o segmento de luxo já iniciou a sua retomada de crescimento. Aberta há menos de dois meses, a concessionária Triumph North, que comercializa as marcas Triumph, Ducati e Harley Davidson, superou a expectativa de vendas. A meta da loja era vender cinco motos por mês e está vendendo entre oito e dez motos/mês.

De acordo com o gerente Guilherme Berto Belinski, o mercado de luxo ainda é tímido. "Na região de Curitiba, as vendas são mais rápidas. Aqui, o cliente vem cinco ou seis vezes na loja para concluir a compra. Mas estamos superando as expectativas de vendas", comenta. A gama de acessórios para o segmento premium também é um atrativo. "As pessoas que compram esse tipo de moto são apaixonadas por motocicletas e buscam estética e tecnologia", enfatiza Belinski.

BONNEVILLE
O advogado José Luiz Pascual, de 56 anos, é apaixonado pelas duas rodas desde a adolescência. Sua primeira paixão foi uma Max Puch, motocicleta fabricada na Áustria. Depois de muitos modelos e cilindradas variadas, há três anos ele realizou um sonho e comprou a sua primeira Bonneville Triumph. Um modelo que está em produção desde o final da década de 1960. Um luxo com ar vintage.

A Bonneville ficou conhecida pelo filme "Fugindo do Inferno", de 1963. O modelo foi evoluindo ao longo dos anos e chegou a 2017 com 1.200 cilindradas, controle de tração e freios ABS. "Ela não perdeu a característica original. As linhas do designer são as mesmas, mas com mais tecnologia", afirma o advogado.

Ele viu a moto em exposição em um shopping de Curitiba e decidiu que era hora de realizar o sonho. Depois de três anos de uso e 30 mil km rodados, Pascual resolveu trocar a sua paixão por um modelo mais novo. "Não pensava em trocar, mas quando apareceu o modelo 2017, com tecnologia de controle de tração e ABS, pensei na segurança. E também há uma gama de acessórios originais, como lanternas, banco, cor do tanque, que me possibilitam personalizá-la", diz.

Além da Bonneville, Pascual tem uma Scuter Yamaha que utilizada para trabalhar e está restaurando há oito meses uma Max puch. (A.M.P e Agência Estado)