O aposentado Neirivaldo Francisconi Borges: segurança do Thor em primeiro lugar
O aposentado Neirivaldo Francisconi Borges: segurança do Thor em primeiro lugar | Foto: Ricardo Chicarelli



Os brasileiros têm mais de 130 milhões de animais de estimação, segundo dados do último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 52,2 milhões são cachorros e 22,1 milhões são gatos. Com os bichinhos fazendo parte da família, é natural que eles estejam presentes em diversos momentos da vida de seus donos, inclusive nos passeios de carro. Por isso, é preciso ficar atento à regras e cuidados no transporte, evitando riscos aos animais. "Se o animal estiver solto dentro do veículo, pode ser lançado para fora durante uma parada brusca e, dentro do carro, pode sofrer contusões, fraturas e cortes com o impacto, além de distrair e preocupar o motorista durante o trajeto", explica o médico veterinário Márcio Almeida, de Curitiba.
O alerta é compartilhado pelo chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Londrina, inspetor Marcos Pierre Carvalho, que já atendeu a chamados em acidentes envolvendo animais. "Certa vez, um casal e duas crianças viajavam em um carro com um pequeno cachorro. Até havia uma caixa de transporte, mas ele estava fora dela, no colo de uma das crianças. Houve uma colisão frontal, ele foi arremessado no para-brisa, voltou e atingiu a esposa, provocando lesão grave no rosto dela", relembra. O cãozinho, neste caso, não resistiu. "Um animal de 2 quilos, a 60 quilômetros por hora, pode impactar a um peso equivalente a 20 quilos em uma freada repentina. É muito perigoso para ele e para os passageiros", complementa o inspetor.
Apesar da importância do uso de equipamentos de segurança para o transporte de animais de estimação, a legislação brasileira não prevê sua obrigatoriedade. No entanto, se o pet estiver solto dentro do carro e tirar a atenção de quem dirige, o motorista pode ser pego pelo artigo 169 do Código de Trânsito Brasileiro, em uma infração leve, que prevê multa de R$ 88,38 e três pontos na carteira.
Também é proibido levar o animal no colo ou do lado esquerdo, entre os braços ou pernas, encostado na porta. Neste caso, a infração é média, com multa de R$ 130,16. Outra proibição é em relação ao transporte na parte externa do veículo, como em caçambas de camionete, ou com a cabeça para fora da janela do carro, cena bastante comum pelas ruas. A infração neste caso é grave, com multa de R$ 195,23 e cinco pontos de punição na CNH. O carro pode ainda ficar retido como medida administrativa até que a situação seja regularizada. "As leis não são claras em relação aos equipamentos de segurança, não fazem exigências específicas, mas o amor pelo animal e a preocupação com segurança dele precisam ser maiores que qualquer medo de multas de trânsito", destaca Almeida.

Acessórios garantem segurança
O acessório de segurança de animais mais básico e barato disponível no mercado é o cinto de segurança. Ele é preso à coleira ou peiteira do animal e fixado no mesmo engate de afivelamento de cinto dos passageiros, entre os bancos do carro. Ideal para cães até 20 quilos. O acessório custa, em média, R$ 30. Outra boa opção é o assento para cães e gatos, adaptável à maioria dos bancos de automóveis que tenham encosto de cabeça. Ele lembra uma cadeirinha de bebês. Tem altura regulável e se adapta à maioria dos animais com até 10 quilos. O preço, em média, é de R$ 120. Há também pequenas caixas, feitas de polipropileno, com comprimento de 50 centímetros, largura de 30 e altura de 26 centímetros. São boas principalmente para o transporte de gatos. Suportam até 15 quilos, têm várias cores e custam a partir de R$ 58.
Quem busca preservar os bancos do carro durante o transporte, pode optar pela capa feita em tecido impermeável, que protege o banco de sujeiras, pelos, unhas e líquidos. Tem fácil instalação, fixada nos encostos de cabeça dos bancos dianteiro e traseiro, e pode ser lavada na máquina. Custa entre R$ 60 e R$ 180, dependendo da marca escolhida.
"São investimentos irrisórios se comparado à importância que os animais têm hoje em nossas famílias. São como filhos. Portanto, transportá-los com segurança é essencial", observa o veterinário Márcio Almeida. "Apesar dos objetos não estarem regulamentados, precisa haver a preocupação com a segurança. Deixar os animais de estimação soltos no veículo é como levar um bebê fora da cadeirinha", compara o inspetor Marcos Pierre Carvalho.
Para o aposentado Neirivaldo Francisconi Borges, a segurança do pequeno Thor vem em primeiro lugar. O cão da raça shitzu costuma acompanhar Borges e a família nos passeios, inclusive em viagens de longa distância. Por isso, ele optou pela cadeirinha pet. "É confortável e segura. Se numa eventualidade a gente precisa frear, o animal não é lançado para a frente", afirma.