Rogério Lacerda Cezar: calibragem com pneus quentes resulta em pressão abaixo do recomendado
Rogério Lacerda Cezar: calibragem com pneus quentes resulta em pressão abaixo do recomendado | Foto: Fotos: Roberto Custódio



Responsáveis pela aderência, frenagem e desempenho, os pneus exigem atenção. Rodar com pneus "carecas" ou sem calibragem adequada coloca a segurança dos ocupantes do veículo em risco. A manutenção preventiva pode representar uma economia de combustível de até 20% para os carros e 40% para o caso dos caminhões.

Pneus com desgaste comprometem a capacidade de aceleração e reduzem a aderência, principalmente em dia de chuva. Além disso, a profundidade dos sulcos é importante para segurança. Eles são responsáveis pela drenagem da água. Cada modelo de automóvel tem suas especificações de pneus. "As medidas e aplicações são diferentes para cada veículo. As montadoras definem os tipos levando em consideração a carga e a potência do carro", explica Gerson Burin, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi). Essas especificações estão no manual do proprietário.

O perfil do aro de borracha está gravado na peça. É possível verificar o diâmetro, o limite de velocidade, a data de fabricação, entre outras informações. A data de fabricação é importante pois pneu tem prazo de validade. De acordo com Burin, após quatro anos, os compostos da borracha perdem as suas propriedades e ficam mais vulneráveis aos danos. "Um pneu com mais de quatro anos, mesmo que com pouco uso, pode apresentar microtrincas na borracha", diz.

Balanceamento e alinhamento devem ser feitos a cada 5 mil km
Balanceamento e alinhamento devem ser feitos a cada 5 mil km



É recomendada a prática do rodízio para aumentar a durabilidade, mas é preciso também seguir as especificações da montadora. Os desenhos vão definir a forma de rodízio. Alguns não permitem mudança cruzada. Não obedecer essa orientação pode comprometer a aderência.
Os aros com menor desgaste devem ficar nas rodas traseiras para evitar a perda de estabilidade. Um indicador que está na hora de aposentar o pneu é o TWI (Tread wear indicator). Ele está presente na banda de rodagem. "É um pequeno ressalto que indica que você chegou ao limite de uso", comentou Burin.

O proprietário da Roger Pneus, Rogério Lacerda Cezar, afirma que a vida útil dos pneus gira em torno de 40 mil km, dependendo do uso. Os apressadinhos aumentam o desgaste. O que também influencia é o tipo de pneu (de passeio, misto ou offroad) e a carga.

CALIBRAGEM
Fazer a calibragem correta ajuda na conservação e durabilidade. A recomendação do Cesvi é calibrar a cada 15 dias, sempre com os pneus frios. "Se você fizer a calibragem com os pneus quentes vai colocar uma pressão abaixo do recomendado", orienta o coordenador.

A pressão indicada está no manual e, em alguns modelos, em uma etiqueta na porta do motorista ou na tampa do tanque de combustível. Há diferença de pressão nos eixos dianteiro e traseiro, se o veículo está vazio ou com carga. "Fazer a calibragem só no olho pode provocar desgaste. Muita pressão vai desgastar o centro do pneu. Baixa pressão, impacta na lateral", explica.

Existe dois tipos de gases para calibragem: o ar atmosférico, que contém vapor de água, e o nitrogênio puro. Segundo Cezar, o nitrogênio impede que o pneu aqueça e garante uma durabilidade maior.

O balanceamento e alinhamento periódicos ajudam na durabilidade do aro de borracha. O indicado é fazer o serviço a cada 5 mil km. O desbalanceamento das rodas, além de desconforto ao dirigir, causa perda de tração, de estabilidade, desgastes acentuados em componentes mecânicos e no próprio pneu. Componentes como amortecedores ou molas, freios, rolamentos, eixos e rodas também afetam a quilometragem dos pneus.

Imagem ilustrativa da imagem Para evitar os 'carecas'



NOVAS RODAS
Quem curte customizar o carro com rodas diferenciadas tem que seguir algumas normas. A legislação brasileira permite a troca do tamanho da roda até dois aros de diferença, ou seja, se o carro tem uma roda aro 14, o dono só poderá colocar uma roda aro 15 ou 16.

É preciso cuidado é com a furação. Há diferenças entre as marcas de veículos. "A Fiat, por exemplo, tem uma diferença de 2 mm da furação da Ford", explica Cezar. Uma roda maior representa redução de potência e maior consumo de combustível. Também é preciso cuidar para a roda não enroscar na lataria do veículo.

PREÇO
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos faz um trabalho de incentivo ao uso de pneus originais. A entidade enfatiza que os produtos originais, além de possuírem a certificação compulsória do Inmetro, também contam a certificação da União Europeia e do DOT (Departament of Transportation dos Estados Unidos), condição essencial para a exportação desses pneus. O usuário tem também garantia de cinco anos contra defeitos de fabricação.

De acordo com Rogério Lacerda Cezar, a alta do dólar tem inibido a compra de pneus no Paraguai. A entrada de produtos chineses tem barateado o custo do produto. Fabricantes como a Michelin e Goodyear estão com unidades no país asiático, o que reduz o custo de produção.