De acordo com Armando Noboyashi Tanno, nos últimos quatro anos cresceu o interesse pelos modelos antigos. Mas alguns carros são mais cobiçados do que outros. "Há uns três anos você achava um fusca por uns R$ 3 mil. Hoje, dependendo do ano chega a custa até R$ 20 mil", comentou Tanno.

Três carros são populares entre os apaixonados: o Fusca, a Kombi e a VW 1600 Variant. O curioso é que a Variant nem fez tanto sucesso quando era "novinha". Durou só três anos no mercado (1969 a 1971). Ela perdeu espaço com a chegada do Passat em 1974. Era equipada com motores traseiros refrigerados a ar e mesma plataforma mecânica do Fusca. A dianteira, única no mundo, possuía faróis retangulares até 1970, quando foram substituídos por dois faróis redondos de cada lado.

Suas formas retangulares lhe renderam o curioso apelido de "Zé do Caixão". Outro curioso apelido é "saboneteira". Esse modelo saiu de linha em 1971.
Em 1969, foi lançada a caminhonete (perua) Variant. Já antecipando a saída de linha do 1600 original, a fábrica lançou o dois volumes e meio (fastback) TL em 1970, com o motor horizontal da Variant.

Outra concorrente de peso da Variant foi a VW Brasília. A entrada do Passat e da Brasília também decretaram o fim da linha TL.
O Fusca é o queridinho de todos. O projeto foi feito a pedido de Hitler a Fernand Porsche na década de 1930. O primeiro projeto do carro era equipado com motor dois cilindros, refrigerado a ar e não rendia nada.

Aos poucos, o projeto foi ajustado e ganhou um motor quatro cilindros, chamado Boxter, com suspensão independente dianteira, que funcionava com barras de torção. O ousado projeto de Porsche foi sendo aperfeiçoado, inovado e virou uma paixão inexplicável. Quem tem um fusca dificilmente troca. Ganhou música, ganhou história e até uma versão moderna nem tão popular quando seus antecessores.

A Kombinationsfahrzeug, ou para os brasileiros Kombi, marcou gerações, participou dos movimentos "paz e amor", de filmes e desenhos animados. Nunca recusou trabalho e deixou milhares de fãs de corações partidos quando se despediu em 2013. Há um burburinho que ela estará de volta na versão elétrica, mas isso é assunto para outra edição do Carro&Cia.

A Kombi foi um utilitário produzido no Brasil entre 1957 e 2013. Ela saiu de cena depois da mudança na legislação que determinou que a partir de 2014 todos os carros devem ser dotados de freios ABS e air-bag frontal duplo.

É percursora das vans de passageiro e de carga. Mas o que fez dela um sucesso foi a simplicidade. A construção é em monobloco, com suspensão independente com barras de torção, o que deixa a manutenção mais barata. O motorista fica sentado no eixo dianteiro e com a coluna de direção quase na vertical. Por 50 anos, o motor foi o mesmo: "boxer" com refrigeração a ar, simples e muito resistente.

Imagem ilustrativa da imagem Paixões que resistem ao tempo
| Foto: Arte Folha